Aposta Perigosa: O Brasil nas Garras do Vício Digital
Eleição do PT/SC vai para o voto; Leite na isenção da Cesta Básica Empréstimo para o Governo do Estado; Hospital Ruth Cardoso terá gestão do Estado

O vício em apostas está corroendo o Brasil. Mais do que um problema de comportamento, trata-se de um fenômeno com graves impactos sociais, econômicos e educacionais. A compulsão por jogos online — impulsionada por plataformas de “bets” — já afeta o consumo básico, reduz o acesso ao ensino superior e compromete a renda das famílias. Os Poderes da República precisam reagir com urgência.
Estimativas apontam que o faturamento do setor de apostas online pode atingir a marca de R$ 270 bilhões — valor que representa 84% do total gasto com carne bovina no país. Em outras palavras: o brasileiro está trocando o alimento pelo vício, como qualquer dependente químico. É a digitalização de um colapso silencioso.
O número de apostadores online cresceu 62% em apenas um ano. Segundo o Banco Central, cerca de 20% da renda do brasileiro já está comprometida com apostas. O IBGE, pasmem, cogita incluir os jogos na Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF), normalizando um comportamento que destrói famílias e compromete o futuro.
Os mais atingidos são os mais pobres. 38% da população que ganha até dois salários mínimos gasta, em média, 8,4% de sua renda com apostas. Entre quem ganha entre 2 e 5 salários, o percentual é de 4,2%, o equivalente a R$ 118 mensais. Mas o drama também atinge a classe média: entre os que recebem mais de cinco salários mínimos, o gasto chega a 17% da renda.
O Datafolha revelou que 29% dos entrevistados deixam de gastar com alimentação e lazer nos fins de semana para manter suas apostas ativas. A compulsão está deformando os hábitos e a qualidade de vida da população.
Na educação, os danos são profundos. De acordo com a Associação Brasileira de Mantenedoras do Ensino Superior (ABMES), o vício em apostas atrasou a entrada na graduação para 33% dos jovens impactados, e muitos simplesmente abandonaram esse sonho. A juventude está sendo seduzida por falsas promessas de dinheiro fácil — e sacrificando seu futuro no altar do azar.
É urgente que o Estado assuma sua responsabilidade. O mercado precisa ser regulado com rigor: restrições à propaganda, limites de acesso, campanhas de conscientização e tributação proporcional ao dano social causado. É inaceitável que atletas, ex-jogadores e influenciadores fitness — figuras admiradas por milhões — emprestem suas imagens para promover esse vício.
Ao Congresso Nacional, cabe o primeiro passo. Mas a sociedade civil, a imprensa e o setor educacional precisam se mobilizar. E o Governo Federal, por sua vez, deve buscar fontes alternativas de arrecadação — e não se tornar cúmplice da ruína de uma geração em troca de bilhões.
As “bets” podem parecer inofensivas, mas já consomem o que o Brasil tem de mais valioso: sua saúde social, sua inteligência coletiva e sua esperança de futuro.
Eleição do PT/SC vai para o voto
A reunião da bancada do Partido dos Trabalhadores (PT) na Alesc terminou sem acordo. Fabiano da Luz e Luciane Carminatti vão disputar o segundo turno das eleições do partido, previstas para 27 de julho. O receio é a baixa adesão dos filiados, especialmente porque nos municípios e no âmbito federal a eleição está definida.
Já no primeiro turno foi baixa a adesão. Menos de nove mil – dos 65 mil – agremiados não votaram. Em entrevista à RCO nesta quarta (16), Fabiano Da Luz disse que aceitava, como até anteriormente propôs um acordo com os demais postulantes. Foi voto vencido. Porém, reconheceu a postura da deputada Luciane que prefere a disputa, a fim de manter o conceito democrático do partido.
Agora, resta saber para onde vão os apoios internos do deputado Padre Pedro Baldissera que ficou em terceiro na eleição. Estes votos serão decisivos, para ambos os lados.
Veja abaixo a entrevista do deputado sobre o assunto
Leite na isenção da Cesta Básica
A Bancada do Oeste propõe a inclusão do leite no projeto de lei enviado pelo Governo do Estado para Alesc. O pacote econômico prevê a isenção de ICMS para o arroz, feijão, farinhas, mandioca, trigo e milho. Os parlamentares da região querem ampliar e estender para o produto que faz parte da matriz econômica do Oeste Catarinense, a fim de estimular o consumo e viabilizar o produtor/agroindústria. A matéria deve ser votada em plenário até esta quinta (17).
Empréstimo para o Governo do Estado
Não foi unanime a aprovação da Alesc ao pedido de empréstimo de R$2,6 bilhões requerido pelo Governo do Estado. A Bancada do PT inteira foi contra. Houve questionamentos de outros parlamentares também ao quarto pedido de financiamento feito pelo Governo de Jorginho Mello (PL). Os anteriores foram destinados a Defesa Civil, Infraestrutura (Estrada Boa) e SC Rural, totalizando cerca de U$ 540 milhões.
A crítica está baseada no caixa do Estado, o qual é superavitário e com recursos necessários para manutenção das atividades e projetos. Por outro lado, a Secretaria da Fazenda (Sefaz) informa que o empréstimo junto ao Banco do Brasil é margem de segurança para eventualidade, sem onerar o Estado enquanto os recursos não caírem na conta.
Comemoração.
Foi aprovado por unanimidade o Projeto de Lei 484/2025, que estadualiza o Hospital Municipal Ruth Cardoso, em Balneário Camboriú. A Prefeitura doará a estrutura ao Estado, que assumirá integralmente a gestão da unidade.
“É uma conquista importante para a saúde da região. Agradeço ao governador Jorginho e aos colegas de bancada”, comemorou o deputado Carlos Humberto (PL), forte defensor da causa.