Exportações da Aurora Coop seguem estáveis apesar das tarifas dos EUA
Cooperativa mantém fluxo normal de vendas externas mesmo com expectativa de alta na demanda global por carnes suína e de frango

Apesar do novo cenário global criado pelas políticas protecionistas dos Estados Unidos, a Aurora Coop ainda não registrou impactos concretos em suas exportações de carnes. As tarifas impostas pelo governo Trump a diversos países, incluindo o Brasil, alimentaram expectativas de um aumento na demanda internacional, mas os reflexos práticos sobre as vendas da cooperativa catarinense ainda não ocorreram.
A Aurora Coop, uma das maiores cooperativas agroindustriais do país, tem nas exportações uma fatia significativa de sua receita. Em 2024, os embarques internacionais — concentrados principalmente em cortes de suínos e aves — representaram cerca de 40% do faturamento total, que alcançou R$ 24,9 bilhões. No entanto, até o momento, as mudanças geopolíticas ainda não se traduziram em novos contratos ou elevação de volumes exportados.
Segundo o vice-presidente da cooperativa, Marcos Zordan, o comércio internacional de carnes segue um fluxo planejado, com negociações feitas com meses de antecedência.
“As exportações da Aurora são muito organizadas, com contratos previsíveis. Não há impacto imediato, mesmo com o cenário de guerra comercial entre EUA e China ou com os embargos a outros mercados”, afirma.
Zordan também ressalta que, embora a China continue sendo um parceiro importante, o país asiático apresenta comportamento de compra considerado instável, o que dificulta previsões de médio e longo prazo. Em contraste, mercados como o Japão são descritos como mais consistentes e regulares, proporcionando maior segurança aos exportadores brasileiros.
Apesar da calmaria momentânea, há otimismo entre os agentes do setor. A escalada protecionista de Washington tende a gerar oportunidades para os países que seguem autorizados a exportar para os grandes mercados consumidores. Analistas projetam que a Europa e a própria China aumentem suas importações de proteínas nos próximos meses, impulsionando a demanda por fornecedores confiáveis como o Brasil.
Outro fator que limita uma resposta mais ágil da cooperativa é a baixa disponibilidade de estoques. “Mesmo que houvesse uma demanda urgente agora, os estoques estão praticamente zerados. Toda a produção está sendo absorvida pelo mercado”, comenta Zordan. Ele garante que, no momento, o mercado doméstico e internacional está estável, com manutenção de preços e escoamento normal da produção no campo.