Alma verde e branca

Um time para ter uma grande história precisa de Alma e a Chapecoense mostrou ao longo do ano que somente com uma gigantesca fé podemos operar milagres, e para isso acontecer como aconteceu somente um clube que tem em seu DNA a resiliência poderia manter a força em meio a tantos desafios.

Foi um ano difícil, melhor dizendo, um ano muito difícil, o baixo orçamento, os inúmeros treinadores, os desafios jurídicos, os enfrentamentos sobre o futuro, os pesadelos que envolvem o passado, as inúmeras direções, resumindo: foi uma década vivida intensamente em 11 meses.

Mas o destino é generoso e criativo para aqueles que tem fé, o dia marcado para o grito do fico, foi contra um time que tem no nome um destino, a saber, Vitória, e o jogo contra este destino teve um pouco dos momentos vividos durante do ano, cito: viradas, expulsões, tensão fora e dentro do campo, expectativa, indefinição, e por fim, alegrias, ou seja, uma tarde que o torcedor da chapecoense viveu em minutos turbilhões de emoção e expectativa, mas no final o tombo da conquista chegou.

Assim, posso afirmar depois de assistir sábado que a vitória é um destino para esse clube alviverde, pois ele conjura para si uma grande alma, e alma para os mais descuidados e céticos, longe de todo a atmosfera espiritual e transcendente, pode ser entendida como algo que leva as coisas aos limites, ou melhor, a alma é aquilo que em nós nos desafia a saber até onde se pode ir, por isso a alma ou ânimo e a matéria prima dos vencedores.

Para finalizar, o destino que a Chapecoense tenta forjar para si mesma, é figurar entre os grandes do futebol, haja limite para isso, ou melhor, alma para isso, porém sábado foi um grande passo neste caminho, pois contra quase tudo e todos, a Chape enfrentou o seu limite e saiu mais forte desta peleia, como aconteceu outras vezes durante sua história.

Parabéns Chapecoense, parabéns por acreditar que os limites, esses que você adora redimensionar, são bordas que grandes almas conseguem caminhar.