O Inter na vereda dos caminhos que se bifurcam
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Para muitos colorados o ano de 2023 já acabou, projetam 2024, porém o caminho até lá passa por mais 30 dias deste terrível lapso temporal futebolístico, nesses dias teremos os enfrentamentos com: Bragantino (C), Cuiabá (F), Corinthians (F) e Botafogo (C), além da eleição entre Barcellos e Mello. Destes 30 dias produziremos o caminho que iremos seguir.
Vamos pensar nele, porém, antes de seguir nessa estrada, vamos fazer uma pequena pausa, para uma história.
O “O jardim das veredas que se bifurcam” é um dos contos do argentino Jorge Luis Borges, apresentado cheio de alusões e associações dentro dele, como se fosse um labirinto narrativo ao nível do tempo e do espaço. Ts’ui Pên (esse era o nome do personagem) criou um labirinto no qual o tempo não é linear. Ao contrário, existem linhas temporais concomitantes – por isso o herói do romance poderia estar morto em um lapso temporal, e vivo em outro – que não se excluem. É um labirinto de tempo. E é infinito, pois o tempo se bifurca em infinitas possibilidades.
Voltamos… O Inter vive o dilema de Ts’ui Pên, opta simultaneamente por todas as possibilidades, criando diversos tempos que se proliferam e se bifurcam, vamos a explicação.
O Inter quer prejudicar o rival, o Inter quer escapar do rebaixamento, o Inter quer ir para a sul-americana, o Inter quer jogar bem, o Inter quer ser pragmático e vencer, o Inter quer ter um investidor e quer manter Coudet, o Inter quer voltar a protagonizar títulos e quer pagar dívidas, vamos ao resumo: o Inter quer escolher tudo ao mesmo tempo.
Essa bagunça temporal só é possível na imaginação, no real precisamos viver no presente, se livrar do traumático passado recente e da ilusão infantil do futuro, ou seja, precisamos nos concentramos no PRESENTE, é ele que vai abrir os caminhos para o futuro, para as veredas, se o Inter insistir em focar no passado ou no futuro não sairemos do lugar por um bom e longo tempo.
Precisamos ter a força de encarar o nosso presente, precisamos de todos no presente, torcida, jogadores, direção, pois nada mais radical que estar à altura daquilo que nos acontece agora, vivamos o eterno presente povo vermelho, que aí acredito que os caminhos vão se abrir.