
A Assembleia Legislativa de Santa Catarina (Alesc) foi palco, recentemente, do lançamento do Movimento Mulheres, iniciativa idealizada pela secretária-geral da Casa e ex-deputada Marlene Fengler. O projeto nasce como um espaço de escuta, conexão e troca entre mulheres, com o objetivo de discutir temas que ainda enfrentam tabus — como a menopausa e o etarismo — e estimular a formulação de políticas públicas voltadas à valorização da maturidade feminina.
Falar sobre mulheres, segundo Marlene Fengler, sempre fez parte de sua trajetória. Ex-deputada estadual e defensora histórica dos direitos femininos, ela lembra que sua atuação parlamentar foi marcada por pautas como o enfrentamento à violência contra as mulheres e a ampliação da participação feminina na política.
“Por muito tempo, pensei que isso bastava, até perceber que faltava algo essencial: um espaço de conexão, escuta e inspiração entre nós”, afirma Marlene.
Foi dessa percepção que nasceu o Movimento Mulheres — uma ideia amadurecida ao longo dos anos e agora transformada em um projeto concreto. O movimento propõe encontros regulares na Alesc para discutir temas como saúde, envelhecimento, economia, propósito e pertencimento, sempre sob a ótica da experiência e da força feminina.
“Ser mulher não é sobre nunca esmorecer, é sobre ter coragem pra recomeçar e apoio pra se levantar depois de cada tombo. Cada etapa da vida me mostrou que o tempo não nos diminui, nos amplia e nos completa”, reflete a ex-deputada.
Marlene Fengler já atuou como deputada estadual em Santa Catarina (Foto: Luca Gebara/Agência AL)A iniciativa ganha força em um contexto em que o etarismo — preconceito contra a velhice — ainda afeta milhões de mulheres brasileiras. Segundo dados do IBGE, cerca de 32% das mulheres com mais de 50 anos enfrentam desemprego prolongado, o dobro do índice entre os homens da mesma faixa etária. Além disso, 30 milhões de brasileiras vivem a menopausa, mas apenas uma pequena parcela tem acompanhamento médico regular.
“Ainda somos invisibilizadas em um momento da vida em que acumulamos experiência, lucidez e potência. O Movimento Mulheres nasce para enfrentar esse silêncio e afirmar que a maturidade é o começo de um novo ciclo, mais livre e consciente”, destaca Marlene Fengler.
O projeto pretende unir mulheres de diferentes gerações e trajetórias para compartilhar histórias, vivências e aprendizados, estimulando uma rede de apoio e fortalecimento mútuo. A expectativa é que, a partir desses encontros, surjam propostas concretas de políticas públicas voltadas para o bem-estar e o protagonismo feminino.
“Quando uma mulher se reconhece em outra, o mundo muda — e pra melhor. É isso que busco com o Movimento Mulheres: conectar, inspirar e transformar a mim e a muitas outras mulheres que também querem reescrever novas jornadas”, conclui Marlene.