Com 47 anos de vida pública, o senador Esperidião Amin mantém o tom sereno em meio ao clima pesado de Brasília. Para ele, a saída passa por baixar a temperatura e recompor regras do jogo entre poderes. “Precisamos pacificar o país”, disse à nesta quinta-feira (4), em entrevista à Rádio Centro Oeste.
Amin é autor da proposta para instalação de uma CPI voltada a apurar excessos no Poder Judiciário e reavaliar o papel do STF, chamada Vaza Toga. A comissão, afirma, funcionaria como “freio de arrumação”, capaz de produzir correções institucionais sem agravar a crise. “É melhor organizar a casa do que levar o conflito até o fim”, afirmou, ao insistir que a responsabilização deve ocorrer dentro da legalidade e transparência.
O senador vê um curto prazo difícil para o país, em especial pelos reflexos de choques externos sobre o Brasil que impactarão a economia e cenário político. “Vamos enfrentar uma tempestade”, previu, defendendo que a política responda com previsibilidade e moderação.
Na leitura de Amin, a eleição de 2026 tende a ser histórica por resultar de um amadurecimento institucional após anos de polarização. Para que haja competição equilibrada, ele diz ser indispensável um único nome na centro-direita, construído por consenso e uma agenda de país que priorize emprego, segurança, responsabilidade fiscal e respeito às liberdades. Amin rejeita revanchismo.
“Se valer a máxima do ‘olho por olho, dente por dente’, terminaremos cegos e desdentados”, ironizou.
O caminho, afirma, é coexistir e reconhecer divergências sem romper o tecido cívico: “Podemos discordar, mas continuamos torcendo pelo Brasil”. Para ele, a experiência recente foi traumática e deixou lições.
“A radicalização não nos faz ganhar. Essa narrativa não faz bem ao Brasil, nem aos que se julgam vitoriosos”, concluiu, defendendo uma ‘nova normalidade’, com instituições fiscalizadas, política menos estridente e diálogo efetivo com a sociedade.
Veja a entrevista do Senador Esperidião Amin