94% das obras em estradas catarinenses estão paralisadas ou com andamento comprometido
Estrada ruim é sinônimo de pouca competividade e mortes no trânsito
As estradas catarinenses são incondizentes com o desenvolvimento de Santa Catarina. O Estado possui a sexta maior economia do Brasil e a terceira em renda per capita, mas suas rodovias são incondizentes com essa pujança. Uma vergonha!
Nesta terça-feira (19), mais uma vez a Federação das Indústrias do Estado de Santa Catarina (FIESC) chama atenção para a situação das SCs e BRs que atravessam o solo catarinense. As obras são uma ineficiência grotesca. Pelo estudo apresentado, 94% das 35 obras acompanhadas pela FIESC estão paralisadas ou com andamento comprometido. Ou seja, somente duas estão em execução.
Estudo da CNT (2023) contribui com a FIESC ao afirmar que 72% das rodovias estão em situação péssima, ruim ou regular. A competitividade de Santa Catarina está em cheque. De nada adianta, as empresas e a sociedade buscarem eficiência da porteira para dentro, se quando o caminhão dá a partida poderá ter um atraso na entrega em até 80% das vezes porque a velocidade média, pela situação da via, não chega a permitida por lei (80km/h).
A precariedade das estradas catarinenses também se traduz em mortes. Santa Catarina é o segundo colocado em número de acidentes com vítimas e o quarto em mortes. Entre 2011 e 2022, foram 149.699 colisões com 5.396 mortes que além do custo inimaginável de uma vida custou, monetariamente, R$ 26,1 bilhões.
Estrada Boa
O Governo de Santa Catarina deu um passo importante em 2023 ao lançar o Estrada Boa, programa que prevê investimentos da ordem de R$2,1 bilhões. A expectativa é recuperar 60 trechos em seis regiões, abrangendo mais de 1500 quilômetros. As primeiras ordens de serviço já foram entregues. Agora só falta o efetivo início das obras que deve ficar para janeiro de 2024.
Governo Federal
Em 2023, o Governo Federal anunciou um orçamento de R$1,3 bilhão, dos quais até setembro foram executados cerca de R$700 milhões, voltados especialmente para as BRs 280 e 470. Para contemplar toda demanda estadual, serão necessários, pelo menos, investimentos de R$ 1,2 bilhão anuais. A própria FIESC reconhece o desafio para o próximo ano de garantir recursos no Orçamento da União para finalidade.
Por enquanto, até as rodovias não estarem em plenas condições só resta a sociedade pressionar e a comunidade empresarial buscar a eficiência da porteira para dentro, para compensar o cenário.