Aurora fecha ano com 0,63% de resultado negativo
Balanço da cooperativa é retrato da situação do agro brasileiro
O ano de 2023 foi muito ruim para a agricultura e para o setor agroindustrial. Como era previsto e de previa sensação pela sua diretoria, a Aurora Coop, a maior cooperativa agroindustrial do país e terceira maior do Brasil, fechou o ano passado com resultado negativo em 0,63%, o equivalente a R$136 milhões.
Por boa gestão, o “prejuízo”, foi coberto pelo Fundo de Reserva, produzido pelo excelente ano de 2022, considerado o melhor da história da Aurora que completa em 2024 seu 54° aniversário. A critério de informação: a BRF (BrasilFoods) divulgou nesta segunda (26) um prejuízo líquido de R$ 1,869 bilhão.
O resultado da Aurora reflete não somente o desempenho da agroindústria, mas também a situação econômica do país. A participação do mercado interno no faturamento observou uma queda para 65,5% e aumento na participação das exportações nas vendas da cooperativa (34,5%).
Em nota, a Aurora observou que a sua presença no mercado mundial cresceu 700%. Se voltarmos 10 anos (2013), as exportações representavam 18,6% do faturamento e hoje é mais de um terço.
Apesar de não estar divulgado, é sabido que produtos com menos valor agregado foram líderes nas vendas da cooperativa, por um motivo simples: diminuição do poder de compra do brasileiro.
Apesar da inflação oficial ter fechado o ano de 2023 em 4,67%, basta ir ao supermercado ou contratar um serviço para sentir no bolso o quanto esse número parece irreal.
Com relação ao crescimento no mercado externo – o que também é importante, mas nunca foi prioritário para cooperativa -, este foi o caminho natural para escoar o abate de mais de 1,6 milhão de aves por dia e os mais de 30 mil suínos/dia.
O desafio continua o mesmo: vender ao exterior produtos acabados e não carne in-natura, a qual o consumidor americano, asiático ou europeu nem sabem que é produzido em Santa Catarina, por uma das melhores cooperativas do país.
Investimentos
Apesar de difícil, a Aurora não deixou de investir. O destaque foi para aquisição de um frigorifico em Castro-PR, aumentando em 12% sua capacidade industrial. No último triênio, a cooperativa investiu R$2,7 bilhões e gerou somente em ICMS R$ 2,3 bilhão para os municípios onde possui área de ação. Neste período, foram criados cinco mil novos postos de trabalho.
Para 2024, a prioridade será a ampliação da unidade em São Gabriel do Oeste (MS), melhorias em Guatambu (SC) e otimização do frigorifico em Castro (PR). Também deverá ser entregue nos próximos meses a Unidade Aurora Chapecó II que focará sua produção em empanados, peito cozido e desfiado.