
O agravamento da crise no setor leiteiro brasileiro levou o Conselho Paritário de Produtores e Indústrias de Leite de Santa Catarina (Conseleite-SC) a propor uma série de ações emergenciais para evitar o colapso da cadeia produtiva.
O órgão, que reúne representantes da indústria e do campo, divulgou nesta semana um comunicado em conjunto com o Sindicato das Indústrias de Laticínios e Produtos Derivados (Sindileite-SC) e a Federação da Agricultura e Pecuária do Estado (Faesc), destacando a necessidade de medidas imediatas por parte dos governos federal e estadual.
O documento manifesta “profunda preocupação com o agravamento da crise”, motivada por um excesso de oferta de leite no mercado interno, resultado da combinação entre produção recorde nacional — favorecida por boas condições climáticas — e crescentes importações de leite em pó e muçarela, especialmente vindas do Uruguai e da Argentina.
Essa conjuntura tem comprimido as margens de lucro, provocando uma queda expressiva nos preços pagos aos produtores e pressionando as indústrias.
Entre as principais medidas defendidas pelo Conseleite, estão:
O Conseleite ressalta que o setor lácteo tem importância estratégica para a segurança alimentar, o emprego e a economia brasileira, e que a inércia do poder público pode ampliar as perdas e comprometer a sobrevivência de milhares de famílias produtoras.
A entidade alerta ainda que a crise não se restringe a Santa Catarina: trata-se de um fenômeno nacional, que exige coordenação entre União e estados. Em meio ao descontentamento crescente no campo, a proposta do Conselho reforça a urgência de uma política pública voltada à proteção do produtor e ao equilíbrio do mercado — ponto que deve ser discutido também na audiência pública marcada para o dia 12 de novembro na Assembleia Legislativa de Santa Catarina (Alesc), onde o tema será debatido por representantes do setor e autoridades.