Cooperativismo de crédito cresce 23,9% em 2023
As cooperativas estão presentes em 57% dos municípios brasileiros
O cooperativismo de crédito cresceu 23,9% em 2023 e atingiu R$731 bilhões. O Sistema Financeiro Nacional (SFN) no mesmo período aumentou seus ativos em 10,5%. Os dados foram publicados pelo Banco Central (BC), nesta terça-feira (30). O número é bastante significativo, porém menor quando comparado a 2022, quando o setor cresceu 28,5%.
A região Sul se mantém com a maior carteira de crédito e com o maior crescimento. Assim como no ano anterior, a região Sul seguiu impulsionando o crédito do Sistema Nacional de Crédito Cooperativo (SNCC) em 2023, com crescimento de 19,1% na carteira de crédito.
Evolução das cooperativas de crédito (2023) (Foto: Divulgação)
O SNCC acumulou, nos últimos cinco anos, um aumento de 210% nos ativos, suportado pelo crescimento de 216% do crédito, enquanto a expansão conjunta dos demais segmentos do SFN foi de 70% no mesmo período.
A pulverização e a presença são marcas do cooperativismo. Hoje, 57% do território brasileiro tem são abrangidos por uma cooperativa de crédito. O número de associados é crescente, chegando a 17,3 milhões entre pessoas físicas (14,7 milhões) e jurídicas (2,7 milhões). Por consequência desta expansão, a captação alcançou R$582 bilhões.
Crescimento do número de cooperados (Foto: Divulgação)
O BC reconhece que as cooperativas de crédito “são elemento essencial na promoção da inclusão financeira de parcela significativa da população brasileira, notadamente nas áreas mais remotas, e para as empresas de menor porte, atendendo às necessidades de serviços e produtos financeiros dos seus cooperados”. Prova disso, é a crescente participação do setor nas regiões Norte e Nordeste.
Atualmente, o SNCC é composto por 768 cooperativas singulares, 30 cooperativas centrais, quatro confederações e dois bancos cooperativos que detém 9.804 unidades de atendimento.
Resultado
Após dois anos de trajetória ascendente, a rentabilidade do segmento recuou em 2023 devido, sobretudo, à elevação do custo de captação e das despesas de provisão, acompanhando o movimento do restante do SFN. Enquanto as receitas das cooperativas singulares cresceram 32,5% em 2023 (+74,7% em 2022), as despesas tiveram um incremento de 36% (+87,6% no ano anterior).
Entretanto, os Índices de Basileia e solvência continuam extremamente positivos; e o sistema está sólido, com provisões e amparados pelo Fundo Garantidor de Crédito Cooperativo (FGCOOP).