Esquenta a eleição na OAB/SC
Chapa do advogado Rodrigo Curi foi impugnada por não respeitar cota de advogados negros
As eleições na OAB/SC tem um componente político eleitoral. Algo que nos bastidores da classe tem gerado discussão e certa revolta, especialmente por se tratar de uma entidade que representa defensores da democracia e do Estado Democrático de Direito.
O mais recente capítulo da eleição da Ordem foi a impugnação da candidatura do advogado Rodrigo Curi, conhecido por ter sido representante do ex-presidente Jair Bolsonaro em alguns processos.
A chapa de Curi foi impugnada por descumprir a cota de 30% de advogados negros. A decisão da comissão eleitoral da OAB/SC foi ministrada nesta terça-feira (12). Portanto, agora só duas chapas concorrem ao pleito. Pela oposição, a advogada Vívian De Gann e o Juliano Mandelli, pela situação.
As eleições na OAB/SC acontecem dia 22 deste mês, marcadas por fortes debates internos na classe. Os dois candidatos que disputarão os votos de quase 40 mil advogados têm padrinhos políticos fortes. Mandelli tem apoio do vice-presidente do Conselho Federal, Rafael Horn, que articulou a desistência de Claudia Prudêncio como candidata à reeleição.
A saída de Cláudia da disputa abriu espaço para a vinda da corrente liderada por Gabriel Kazapi e do candidato derrotado em 2021, Hélio Brasil. Por outro lado, abriu brecha para que advogados ligados a Cláudia, descontentes com a articulação de Rafael Horn, migrassem para a oposição.
Vivian De Gann tem apoio do ex-presidente da Seccional, Tullo Cavallazzi Filho, que vem percorrendo todas as subseções e conseguiu montar chapas de oposição em colégios eleitorais importantes como Blumenau, Chapecó, Joinville, Itajaí, Tubarão, Criciúma e Canoinhas.
Descontente
O advogado Rodrigo Curi considerou “uma vergonha, um absurdo” a impugnação de sua candidatura. Segundo ele, a perseguição começou após sua chapa receber apoio do ex-presidente Bolsonaro e de políticos relacionados à direita. “É tentar derrubar no tapetão”, avaliou.