Rádio Centro Oeste

Fabiano da Luz e Luciane Carminatti farão segundo turno para presidência do PT em Santa Catarina

Alesc lança projeto que aposta na educação para transformar futuros; Quem patrocina o agro?

07/07/2025, 13:03
Atualizado há 1 dia
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Por Fabiano Rambo
Fabiano da Luz e Luciane Carminatti estarão no segundo turno do PEDFabiano da Luz e Luciane Carminatti estarão no segundo turno do PED

A eleição do PT em Santa Catarina apresentou duas evidências: a primeira a força da base partidária de Luciane Carminatti e a segunda, a baixa adesão do filiados ao partido. Neste domingo (6), apenas 14% dos filiados aptos a votar participaram do Processo Eleitoral Direto (PED). O PT em Santa Catarina tem 64.125 inscritos na agremiação.

Fabiano da Luz obteve 3.040 votos, enquanto Luciane Carminatti 2.794; Padre Pedro Baldissera 1.952; Carla Ayres 630; e Bruno Ziliotto 212. Os dados são extraoficiais. O resultado oficial será anunciado nesta segunda (7). O segundo turno, entre Fabiano e Luciane, está marcado para o dia 27.

Nos bastidores esperava-se uma maior votação de Fabiano da Luz por conta do apoio do atual presidente do PT, Décio Lima, o qual também tem o apoio do presidente Lula. Porém, a história e a militância de Luciane e Padre Pedro se mostraram fortes.

A deputada tem no magistério e no Sinte forte influência, enquanto Padre Pedro tem nos movimentos sociais presença constante. Fabiano da Luz, desde 2004, quando foi eleito vereador em Pinhalzinho, nunca adotou perfil combativo, os pontos de “nem ser considerado petista”. O mesmo tom foi adotado enquanto prefeito e no primeiro mandato como deputado.

Da Luz se alinhou mais a base do perfil tradicional do filiado ao PT no segundo mandato, quando passou a defender o Governo Lula, adotar pautas singulares ao partido e fazer oposição a Jorginho Mello (PL).

O segundo turno será desafiador para Fabiano da Luz. Carminatti tem mais apelo dentre os simpatizantes da candidatura de Padre Pedro. Da Luz aposta numa verttente progressista para o PT. Só resta saber quantos destes vão se transformar em votos na urna.

Ademais, haverá maior mobilização para votação dentre os filiados aptos ao PED, deixando mais interessante a disputa pelo comando do partido.

De qualquer forma – pelas regras do PED-, todas as alas serão representadas na executiva estadual do PT, com cadeiras distribuídas conforme a votação de cada candidatura.

Ataques internos

Na eleição do PT também ser percebeu divergências e ataques velados internamente. A público, veio a denúncia do deputado Padre Pedro Baldissera de ter sido vítima de intolerância religiosa. Acusa a campanha de Fabiano da Luz do feito. No material distribuído a filiados, questiona-se a legitimidade do padre católico em comandar “um partido plural e laico”, como o PT.

“A intolerância religiosa vinda de dentro do PT é ainda mais inaceitável e repugnante. Posturas como essa me levaram a decidir disputar a presidência do partido. Vamos dar um basta à luta interna. Desenrolar o PT desta situação é fundamental. O PT é maior do que gestos como estes”, disse Padre Pedro.

Para Carminatti, sobrou a fala que lhe falta ação para construção partidária.

A campanha de Fabiano da Luz e o próprio parlamentar negam qualquer envolvimento com a distribuição de material antidemocrático ou falacioso.

Não há dúvida que as atitudes – vindas ou não de apoiadores Fabiano da Luz – prejudicaram sua imagem frente aos eleitores petistas, inflando votos para os demais postulantes.

 

Alesc lança projeto que aposta na educação para transformar futuros

Na próxima quinta-feira (10), às 10h, a Assembleia Legislativa de Santa Catarina (Alesc) será palco do lançamento do projeto “Para Mudar de Vida”, que pretende levar 120 estudantes do ensino médio da rede pública estadual para um intercâmbio na China com foco em tecnologia.

Idealizada pelo deputado Mário Motta, a iniciativa tem apoio da Tang Chinese Education, organização com atuação global especializada em intercâmbios educacionais. O representante da empresa no Brasil, o ex-juiz Marlon Reis, participará do evento. Ele é conhecido nacionalmente por ter criado a Lei da Ficha Limpa.

O programa visa mais do que oferecer uma experiência internacional: aposta na educação como estratégia real de mobilidade social e aproximação com um dos polos tecnológicos mais relevantes do mundo. Para o deputado, a proposta também é uma oportunidade de estreitar relações com a China e atrair investimentos para a indústria catarinense.

Inspirado em experiências bem-sucedidas de estados como Paraná, São Paulo e Piauí, o projeto representa uma rara combinação de visão educacional com estratégia econômica. Se bem executado, pode ser o início de uma política pública duradoura e transformadora em Santa Catarina.

Dep Mário Motta é entusiasta do Projeto Mudar de Vida

Quem patrocina o agro?

Em recente declaração, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), afirmou que o Governo Federal "patrocina o agronegócio brasileiro". A fala gerou reação imediata entre parlamentares ligados ao setor produtivo, especialmente após o anúncio do Plano Safra 2025/2026, divulgado nesta semana, com aporte financeiro abaixo do esperado e taxas de juros mais altas, impactadas pela taxa Selic, atualmente em 15%.

A percepção entre muitos produtores é de frustração. Com o crédito rural encarecido, agricultores mais capitalizados têm evitado recorrer ao sistema financeiro, preferindo o autofinanciamento ou operações com cooperativas, mesmo com o subsídio oferecido.

Deputado Rafael Pezenti

deputado federal Rafael Pezenti (MDB) foi enfático ao rebater o discurso oficial:

Chamar de patrocínio ao agro é um desrespeito ao produtor brasileiro, que alimenta mais de 1 bilhão de pessoas”, afirmou o parlamentar.

Pezenti destacou que, na última safra, o custo total da produção agrícola nacional girou em torno de R$ 1,2 trilhão, enquanto o subsídio efetivo oferecido pelo governo não chegou a 3% desse montante. Em comparação, ele citou que os incentivos concedidos por outros países são muito mais expressivos:

·       China: 15%

·       Estados Unidos e União Europeia: 21%

·       Noruega: mais de 50%

Para o deputado, o termo “patrocínio” soa mais como estratégia de marketing político do que como uma política pública sólida de apoio ao agronegócio.

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