Rádio Centro Oeste

Fabiano da Luz lança candidatura para liderar o PT-SC e promete fortalecer a esquerda catarinense

Fabiano da Luz lança candidatura no PT-SC; Alesc Itinerante em São Miguel do Oeste aproxima o parlamento da sociedade; CAR será discutido na Bancada do Oeste

09/06/2025, 13:09
Atualizado há 3 dias
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Por Fabiano Rambo
Fabiano da Luz é o principal opositor do governo catarinense na Alesc (Foto: Fábio Queiroz/Agência AL)Fabiano da Luz é o principal opositor do governo catarinense na Alesc (Foto: Fábio Queiroz/Agência AL)

Em um movimento estratégico com vistas às eleições de 2026, o deputado estadual Fabiano da Luz oficializou neste domingo (8) sua candidatura à presidência estadual do Partido dos Trabalhadores (PT) em Santa Catarina.

O lançamento ocorreu em evento híbrido, transmitido ao vivo pela internet e acompanhado por mais de 300 pessoas, e reuniu lideranças expressivas da sigla, como Edinho Silva, candidato à presidência nacional do partido, o atual presidente do Sebrae e do PT-SC, Décio Lima, e a deputada federal Ana Paula Lima, vice-líder do governo Lula no Congresso.

Líder da bancada petista na Assembleia Legislativa catarinense por seis anos consecutivos, Fabiano tem se consolidado como a principal voz de oposição ao governo Jorginho Mello (PL). Com linguagem direta, crítica e bem-humorada, seus vídeos nas redes sociais têm alcançado projeção nacional — muitos deles, inclusive, compartilhados por ministros do governo federal. Sua candidatura simboliza mais do que uma disputa interna: representa a tentativa de reorganizar a base e impulsionar uma nova fase do PT no estado.

“Quando atacam um movimento, um sindicato, quando atacam um político de esquerda, não estamos apenas nos defendendo. Temos que nos fortalecer com uma esquerda unida e capaz de levar novamente o Décio ao segundo turno e ampliar nossas bancadas em 2026”, afirmou o parlamentar durante o ato de lançamento.

Desafios do pós-Lula e nova comunicação com a base

O evento escancarou o reconhecimento interno sobre a necessidade urgente de reorganizar a militância e reestruturar a comunicação do partido.

“É essa eleição interna que vai definir os dirigentes que terão a responsabilidade de organizar o partido para o pós-Lula — e esse não é um desafio pequeno”, pontuou Edinho Silva. Para ele, o momento exige mais do que estratégias eleitorais: é hora de intensificar o diálogo com os trabalhadores e consolidar um projeto popular duradouro.

Décio Lima, por sua vez, fez uma defesa enfática dos avanços recentes do PT em Santa Catarina, como a chegada histórica ao segundo turno nas eleições estaduais de 2022.

“Somos o PT que sobreviveu ao impeachment, à prisão do Lula e que reconstruiu sua trajetória num estado historicamente hostil à esquerda”, destacou o ex-candidato a governador.

Em tom de crítica construtiva, a deputada Ana Paula Lima pediu uma virada na comunicação partidária.

“Precisamos parar de compartilhar vídeos da extrema-direita. Temos que dar visibilidade às falas de nossas lideranças: do Fabiano, do Décio, da Ana Paula. Essa deve ser nossa prioridade”, disse.

Rumo ao PED de julho: unidade e mobilização

Com participação de lideranças municipais, como a vereadora Vanessa da Rosa (Joinville), suplente de deputada estadual, o encontro também teve caráter mobilizador para o Processo de Eleições Diretas (PED), marcado para o próximo dia 6 de julho. O pleito definirá a nova direção estadual do PT e pode redefinir os rumos da esquerda no estado.

Em meio a um cenário político polarizado e a desafios crescentes para a reconstrução da base popular, a candidatura de Fabiano da Luz propõe uma rearticulação da militância, uma nova cultura de comunicação e o resgate da capacidade de mobilização do partido. O que está em jogo, como bem colocou Edinho Silva, não é apenas a liderança do PT-SC, mas o preparo de um novo ciclo político para além do lulismo.

Alesc mais perto dos catarinenses

A cidade de São Miguel do Oeste, no Extremo Oeste de Santa Catarina, será a primeira a receber, em 2025, as atividades do Programa Alesc Itinerante, que leva o Parlamento catarinense para fora da capital e o aproxima da população do interior. A nova edição ocorre nos dias 10 e 11 de junho, no campus da Unoesc.

No ano passado Chapecó foi a sede no Oeste Catarinense (Foto: Divulgação)

Durante os dois dias, a Assembleia Legislativa realizará no município reuniões das comissões permanentes e sessões solenes que normalmente aconteceriam em sua sede, em Florianópolis. A pauta das votações será voltada a projetos de interesse da região do Grande Oeste catarinense, e as sessões contarão com espaço dedicado a pronunciamentos de entidades regionais, indicadas pela Bancada Parlamentar do Oeste.

Esta será a primeira edição do Alesc Itinerante em 2025 e a sexta desde o lançamento do programa, no ano passado. A iniciativa ganhou caráter oficial com a Resolução 1/2025, aprovada em março, que garantiu a sua continuidade neste e no próximo ano.

Para o presidente da Alesc, deputado Julio Garcia (PSD), a interiorização do Legislativo tem se mostrado uma ferramenta valiosa de aproximação com a sociedade.

“Foi uma experiência muito positiva no ano passado. Conseguimos ouvir de perto as demandas da população e levá-las ao debate legislativo. Vamos repetir a dose neste e no próximo ano, percorrendo cidades de diferentes regiões”, afirmou o parlamentar.

CAR e georreferenciamento na pauta da Bancada da Oeste

A reunião da Bancada do Oeste da Alesc durante a Alesc Itinerante em São Miguel do Oeste  contará com a presença do deputado estadual licenciado e hoje secretário de Estado do Meio Ambiente, Emerson Stein (MDB). Na pauta, um tema preocupante e urgente: o Cadastro Ambiental Rural (CAR), o qual continua um gargalo para milhares de produtores catarinenses, especialmente na região Oeste, onde a agricultura familiar sustenta economias locais inteiras.

O debate não pode mais ser adiado ou empurrado com discursos técnicos. O que está em jogo é o acesso a crédito rural, a regularização fundiária e, acima de tudo, a segurança jurídica de quem produz. Sem um sistema eficiente e sem apoio técnico, o CAR — que deveria ser uma ferramenta de ordenamento ambiental — virou um labirinto burocrático que penaliza o pequeno agricultor e trava o desenvolvimento sustentável.

É simbólico e urgente que os deputados da região cobrem do governo estadual não só agilidade, mas transparência, diálogo com os municípios e reforço nas equipes de apoio técnico. O Oeste de Santa Catarina não pode continuar pagando a conta da morosidade institucional.

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