Facisc junta apoio para fortalecer o Projeto da Nova Ferroeste

A construção da ferrovia que pode chegar em Chapecó tem investimento estimado em R$5 bi.

04/08/2023, 17:45
Atualizado há 9 meses
WhatsappFacebookTwitterTelegram
https://d20illa76ai7va.cloudfront.net/d071501903f76cccc92b9b07b61622.jpeg
Por Fabiano Rambo
Trilhos de trem em meio aos milhos (Foto: Ivan Carlos de Paula/DALL-E)Trilhos de trem em meio aos milhos (Foto: Ivan Carlos de Paula/DALL-E)

A construção de uma ferrovia que passe no Oeste Catarinense volta ao debate, desta vez liderado pela Federação das Associações Empresariais de Santa Catarina (Facisc). Nesta sexta-feira (04), aconteceu reunião on-line, com a presença de representantes das ACIs, também são investidores no projeto da Nova Ferroeste. O destaque foi a presença do coordenador do Plano Estadual Ferroviário do Paraná, Luiz Henrique Fagundes.

A Nova Ferroeste é o projeto do Governo do Paraná de uma estrada interestadual que visa a ampliação da Estrada de Ferro Paraná Oeste S.A, trecho de pouco mais de 200 quilômetros em operação entre Guarapuava e Cascavel. O novo traçado, com 1.567 quilômetros, vai ligar os municípios de Maracaju, no Mato Grosso do Sul, e Paranaguá, além de criar um ramal entre Foz do Iguaçu e Cascavel e entre Chapecó, em Santa Catarina, e Cascavel. Quando a ferrovia estiver concluída, será o segundo maior corredor de grãos e contêineres do País.

O desafio é angariar recursos para financiar a obra. Recentemente, o governador do Paraná, Ratinho Júnior, esteve em reuniões com líderes do mundo empresarial internacional para viabilizar os milhares de dólares necessários para o empreendimento. No momento, o empenho total é obter as inúmeras licenças, dentre as do meio ambiente e outras relacionadas a Funai porque a ferrovia passará por áreas indígenas e quilombolas.

Transportar por ferrovias é muito mais barato. Estima-se, com a obra, uma redução de 30% no chamado Custo Brasil. O Paraná busca com todas as forças materializar a obra a fim de fortalecer o Porto de Paranaguá, o segundo em maior movimentação de mercadorias do país e o primeiro em produtos relacionados ao agronegócio, com destaque para grãos, óleo vegetal, frango congelado e fertilizantes.

O Oeste de Santa Catarina precisa de uma ferrovia. Viabilizar a chegada de milho para abastecer as mais importantes agroindústrias do país é fundamental para mantê-las em funcionamento na região. Somente a Aurora Coop consome diariamente mais de 100 mil sacas de milho, elemento base para alimentação animal. Só dela são 2.286 avicultores e 3.642 suinocultores integrados. Todos a dependência do grão barato.

O custo do transporte e a logística ruim são extremamente prejudiciais ao ecossistema de desenvolvimento do oeste. No passado recente, a região foi literalmente ludibriada com intenções políticas que se transformaram somente em palanque eleitoral. Nada mais. Talvez, desta vez, algo mais concreto possa ser observado. Mas, o caminho ainda é longo e distante. É um projeto de muitos anos.

Por ora, quem tinha razão foi o ex-presidente da Aurora Coop, saudoso Mário Lanznaster, que na abertura do Itaipu Rural Show em Pinhalzinho, com toda sua espontaneidade disse: “não sei se estarei vivo para ouvir o trem apitar”. Ele estava certo!