Rádio Centro Oeste

Fusão PSDB-Podemos: o que pensa a deputada Paulinha

Carlos Humberto e a ferida aberta no PL; Governo Jorginho comemora aprovação nas pesquisas; Carminatti terá audiência com secretária de Educação sobre Universidade Gratuita

12/06/2025, 12:56
Atualizado há 2 dias
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Por Fabiano Rambo
Deputada comentou sobre o assunto durante a Alesc Itinerante (Foto: Felipe Eduardo Zamboni)Deputada comentou sobre o assunto durante a Alesc Itinerante (Foto: Felipe Eduardo Zamboni)

A tão falada fusão entre PSDB e Podemos está, literalmente, por um fio. Apesar dos esforços da executiva tucana nacional para costurar uma composição sólida, o clima dentro do Podemos — especialmente em Santa Catarina — é de certo desânimo.

A deputada Paulinha, presidente estadual do Podemos, revelou à equipe da Rádio Centro Oeste que até mesmo o calendário conspira contra a união. “Ainda que exista vontade política, o tempo não ajuda”, disse ela, numa análise tranquila, mas realista. Paulinha reconhece o peso institucional do PSDB — mais tradicional, com regimento interno litúrgico  — como um entrave à construção de uma fusão equilibrada.

Apesar de manter boas relações com os deputados tucanos Marcos Vieira e Vicente Caropreso, a deputada admite que houve distanciamento, especialmente após a convenção nacional do PSDB na semana passada, em que pontos importantes não foram acordados.

O recado de Paulinha é direto: “Se não der até daqui a pouco, melhor deixar pra depois”. Em outras palavras, para ela, a falta de tempo é o grande obstáculo para a união partidária em 2026.

Marcos Vieira segue otimista

Mesmo com o desânimo do Podemos, o deputado Marcos Vieira, presidente estadual e vice-presidente nacional do PSDB, continua confiante na possível fusão. Para ele, a união com outro partido é questão de sobrevivência política: os tucanos precisam ampliar alianças para manter representatividade.

Quando perguntado se comandaria esse processo em Santa Catarina, Vieira adotou o discurso do "soldado do partido": diz que está à disposição do projeto, seja qual for a missão.

Carlos Humberto e a ferida aberta no PL

Desde a eleição municipal de 2024, a relação entre o deputado Carlos Humberto e o ex-prefeito de Balneário Camboriú, Fabrício Oliveira — ambos do PL — está rompida. Agora, a nomeação de Fabrício para a Secretaria de Planejamento pelo governador Jorginho Mello foi a gota d’água.

Durante a Alesc Itinerante em São Miguel do Oeste, Carlos Humberto aproveitou para visitar o prefeito João Rodrigues (PSD) em Chapecó. No radar: articulações para 2026.

O gesto de Jorginho, ao prestigiar um desafeto do deputado com cargo de destaque, soa como provocação. Lembrando: na eleição municipal, a candidatura de Humberto foi preterida pelo próprio Jorginho. A resposta deve vir — e será contundente, ainda que não imediata. Tudo indica que o deputado está de saída do PL, com destino certo: o PSD de João Rodrigues e da prefeita Juliana Pavan, sua amiga pessoal.

Governo Jorginho comemora aprovação nas pesquisas

Levantamento recente do Grupo ND, realizado pelo Paraná Pesquisas com 1.545 pessoas em 57 cidades entre os dias 3 e 7 de junho, mostra que o governador Jorginho Mello tem 77% de aprovação — e apenas 18,2% de desaprovação.

A avaliação positiva pode ser atribuída a três pilares do governo: infraestrutura, educação e saúde. O programa Estrada Boa caiu no gosto dos catarinenses. Um estudo da Fiesc/Fetrancesc comprova a melhora nas estradas estaduais, o que dá munição ao discurso do governador.

Outro destaque é o Universidade Gratuita/Fumdesc, com mais de 41 mil estudantes já contemplados — reflexo do reforço no orçamento. Na saúde, o foco está nas cirurgias eletivas, embora a comunicação institucional não destaque esse eixo com a mesma ênfase.

Universidade Gratuita e Fumdesc precisam de ajustes urgentes

Apesar dos bons resultados, o Tribunal de Contas do Estado (TCE) acendeu o alerta vermelho. Um relatório recente apontou irregularidades em mais de 18 mil bolsistas, ou cerca de 42% dos contemplados. O impacto estimado aos cofres públicos pode ultrapassar R$320 milhões.

O critério de renda é incompatível e precisa de ajuste. Um exemplo: uma família com três pessoas e renda de R$18 mil mensais, segundo as regras atuais, tem direito à bolsa. Mesmo com possibilidade real de arcar com mensalidades de R$ 1.500, ainda se encaixa no perfil do programa. Na medicina, esse teto dobra: R$32 mil. O conselheiro Gerson Sicca foi enfático nos dados e nas incoerências.

Audiência marcada: Carminatti e a secretária de Educação

A deputada Luciane Carminatti (PT), presidente da Comissão de Educação da Alesc, terá audiência com a secretária Luciane Ceretta na próxima semana. A expectativa é que a secretária responda a todas as dúvidas sobre os programas de bolsas.

Carminatti tem feito críticas pontuais, mas também reconhece a importância do Universidade Gratuita/Fumdesc para ampliar o acesso ao ensino superior em Santa Catarina. Atualmente, menos de 20% da população brasileira possui graduação completa.

Mesmo antes de conhecer o relatório do TCE – por estar em São Miguel do Oeste na Alesc Itinerante -, a deputada já apontava inconsistências semelhantes às do conselheiro Gerson Sicca.

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