Governo precisa focar nas cirurgias de alta e média complexidades
Em Pinhalzinho, secretária Carmem Zanatto ouve pedido de recursos para obra do hospital não parar
O Governo do Estado apresentou nesta segunda-feira (14) um balanço do programa de cirurgias eletivas. Jorginho Mello (PL) neste início de mandato elencou basicamente duas prioridades: o Universidade Gratuita e a redução do tempo de espera para procedimentos operatórios na saúde pública. Ambas as bandeiras consideradas muito importantes para os catarinenses, em especial a última onde a fila era em 30/01/2023 de 105.340 catarinenses que aguardavam por procedimentos em várias áreas, classificadas em baixa, média e alta complexidades.
Até o último sábado (12), a Secretaria de Estado da Saúde realizou 73.716 cirurgias, grande número de baixa complexidade, entre as quais estão classificadas as de cataratas, por exemplo. O desafio é a alta e média complexidades, onde encontram-se cirurgias neurológicas (coluna), quadril, bariátrica e oncológicas, que possuem um prazo legal (máximo) de 60 dias para realização e que demoram, em alguns casos, bem mais. Em Pinhalzinho, os pacientes chegam a aguardar até 5 anos para um procedimento de ortopedia e neurologia. São mais de 80 pinhalenses, hoje, nesta fila de espera.
Reduzir a fila de espera é um desafio hercúleo que o Estado se propõe a enfrentar. Há vários empecilhos, especialmente no Oeste. A falta de hospitais em condições de realizar estes tipos de procedimentos mais complexos é uma delas. A falta de leitos de UTI é fator decisório. Santa Catarina, apesar do esforço apresentado, ainda precisa evoluir mais. Dados apresentados pela própria secretária Carmem Zanotto, o Estado tem 117 leitos disponíveis neste momento. Recentemente, todas as vagas estavam ocupadas.
Outro fator: o Oeste ficou muitos anos desassistido para estes procedimentos de alta e média complexidades pelo Sistema Único de Saúde. Portanto, a falta de leitos por aqui é ainda pior. Pediátricos e neonatais, nem se comenta. Reconhece-se o esforço do Governo do Estado em buscar novos hospitais e contratualizar mais. O próprio hospital de Pinhalzinho aumentou sua contratualização de 70 para 110 cirurgias por mês, realizando procedimentos de otorrino, ginecologia, ortopedia e casos gerais, como colecistectomia (vesícula). Observação: das 1.400 cirurgias realizadas pela casa de saúde do município 67% são pelo SUS.
Zerar a fila do SUS é uma tarefa ingrata e talvez muito difícil de fazer acontecer. Ressalta-se o papel dos municípios que contribuem, comprando pacotes de convênios com clínicas, hospitais e profissionais particulares para realizar procedimentos de baixa complexidade. Com isso, a fila também anda. Porém, as perspectivas para as outras classificações são ainda bem baixas. Jorginho Mello precisa focar nos casos mais graves para fazer a diferença.
Novos leitos
A secretária de saúde, Carmem Zanotto, esteve de passagem por Pinhalzinho no fim de semana e comentou o esforço em contratualizar com hospitais da região para contribuir com as cirurgias eletivas e abrir novos leitos de UTI, especialmente neonatais. Uma das casas de saúde é a de Maravilha também visitada. Carmem considerou transformar quatro, dos dez leitos, de terapia intensiva em voltados para recém-nascidos. Porém, a viabilidade econômica vai deixar o projeto no papel. O custo de manter duas equipes completas será imenso. Ou se faz 10 neonatais ou 10 adultos.
Reforma de hospital pode parar
O Hospital de Pinhalzinho está em obras para amplia sua estrutura física e disponibilizar 20 novos leitos. Uma obra de R$4 milhões, dos quais R$2 milhões são do Estado que até agora pagou R$354 mil. A contrapartida do hospital, de R$2 milhões, foi dada e a parte estrutural foi concluída. Entretanto, as lideranças da casa de saúde e do município não obtiveram mais que o compromisso da secretária em ajudar a liberar os recursos. Se demorar demais, a obra vai parar!