Mais de 35% do território catarinense não tem acesso a internet rural
Reunião da Bancada do Oeste cobrou agilidade para ampliação da rede
A internet rural continua um desafio para Santa Catarina. A reunião da Bancada do Oeste desta terça-feira (10), com a presença dos secretários de Estado da Fazenda Cleverson Siewert, da Ciência e Tecnologia Marcelo Fett, da Casa Civil Marcelo Mendes e do Planejamento Edgard Usuy, mostrou que mais de 35% do território catarinense não tem cobertura de qualquer tipo de rede, seja rádio ou fibra. Isso representa mais de 300 mil domicílios em todo o Estado.
Os secretários apresentaram um plano de expansão da rede, com o uso da tecnologia Starlink. Entretanto, o deputado Marcos Vieira (PSDB) mostrou preocupação com a desvalorização de empresas catarinenses que poderiam oferecer o serviço.
“Verifiquei que as provedoras de internet de Santa Catarina não foram citadas e que o governo do Estado estaria avançando para a tecnologia de satélite e de antenas, o que de pronto alertei que se não houver um entendimento, centenas de empregos estariam em perigo, pois as empresas catarinenses não podem ser esquecidas”, disse o deputado Marcos Vieira.
Os secretários refutaram a ideia de que as operadoras de internet catarinenses seriam prejudicadas, pois os serviços são complementares. Santa Catarina aguarda há mais de cinco anos a ampliação ou atendimento total do território rural com internet rural. Muitos municípios, por conta própria, a exemplo de Pinhalzinho, já instalaram redes.
O secretário da Fazenda, Cleverson Siwert, pediu aos parlamentares um prazo de 40 dias para apresentar um estudo e uma nova proposta para ampliar a oferta dos serviços aos produtores rurais catarinenses.
Multa
Outro tema que gerou indignação por parte dos deputados da Bancada do Oeste foi a aplicação de multas para operadoras que utilizam postes da Celesc para dar suporte a rede de fibra. Lembra-se que há um acordo de cooperação autorizando esse uso pelas empresas privadas. Em alguns casos, os provedores chegam a instalar postes de madeira para dar sustentação às redes.
“Há esse ajuste, em curto prazo, que é resolver esse problema com a Celesc para que os provedores continuem tendo incentivos em relação à implantação da internet. Já em um segundo momento, em fevereiro, queremos que o governo apresente um projeto mais elaborado, no sentido de que nós possamos ter esse desenho das regiões, dos valores e de quais as alíquotas que seriam garantidas para que a gente possa ter essa cobertura no Estado”, disse a deputada Luciane Carminatti (PT), que coordena a Bancada do Oeste.
Participaram da reunião os deputados Altair Silva (PP), Neodi Saretta (PT), Padre Pedro Baldissera (PT), Marcos Vieira (PSDB), Luciane Carminatti (PT) e Fabiano da Luz (PT).