Quem colocar Esperidião Amin (PP) na chapa majoritária para o Senado leva, de bandeja, o apoio do União Progressista. É fato consumado. A federação em Santa Catarina está fechada e já mexeu as peças no tabuleiro político.
Na Assembleia Legislativa, o novo grupo soma seis deputados e deve ganhar o sétimo em breve, com a esperada filiação de Vicente Caropreso, hoje no PSDB. A liderança institucional ficará com Fábio Schiochet (UB), enquanto o Progressistas terá peso de cinco nomes – entre eles os três deputados estaduais, o presidente e o secretário do partido.
O recado é claro: o União Progressista quer lugar na mesa da majoritária. Cabe ao PSD de João Rodrigues ou ao governador Jorginho Mello (PL) oferecer a Amin a vaga. O ex-governador, por ora, mantém silêncio estratégico e preserva sua boa relação com ambos os lados.
João Rodrigues em compasso de espera?
A pré-candidatura do prefeito de Chapecó ao governo se voltou ao debate partidário interno. O PSD fez um movimento de conversação com Jorginho Mello que já abriu espaço na majoritária para a sigla. Isso reduziu o ímpeto inicial em torno de João Rodrigues, embora ele siga rodando o estado em agendas embaladas pelos lançamentos regionais da Efapi 2025. No dia 11 de setembro, o PSD faz ato em Balneário Camboriú, reduto da prefeita Juliana Pavan.
O futuro de Rodrigues depende do tabuleiro nacional. Se Ratinho Júnior, governador do Paraná, encarar a corrida presidencial pelo PSD, o prefeito de Chapecó ganha tração automática como candidato ao governo catarinense. Mas, se o centro-direita se unir em torno de uma candidatura única no país, o jogo muda também no estado.
Internamente, o PSD vê vantagens em lançar João Rodrigues: hoje, a bancada é de apenas três deputados na Alesc, mas a expectativa é ampliar o número com uma candidatura própria ao governo. A expectativa, com Rodrigues no páreo, é dobrar o número de cadeiras na Alesc.
Mário Motta, a voz alternativa
Entre os que podem turbinar votos no PSD, está o deputado Mário Motta. Ele tem tentado imprimir um estilo diferente na política.
“Não me considero apenas um deputado estadual, mas um deputado estadualizado”, afirmou à Rádio Centro Oeste.
Sobre a candidatura de João Rodrigues, Motta aposta no equilíbrio do presidente estadual do PSD, Eron Giordani, mas considera prematura qualquer definição. Ele lembra ainda que dentro do partido existem visões divergentes – o prefeito de Florianópolis, Topázio Neto, por exemplo, prefere costurar uma composição com o PL.
Na leitura do deputado, o xadrez só ficará claro mais adiante: “Ainda vai passar muita água embaixo da ponte até lá.”