Rádio Centro Oeste

Pinhalzinho fecha ciclo de gestão com superávit histórico e alta capacidade de investimento

Relatório de transição detalha salto econômico e aponta desafios para modernizar a avaliação de desempenho da máquina pública

26/05/2025, 18:53
Atualizado há 1 dia
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Por Fabiano Rambo
Integrantes das equipes de transição se reuniram por diversas vezes (Foto: Felipe Eduardo Zamboni)Integrantes das equipes de transição se reuniram por diversas vezes (Foto: Felipe Eduardo Zamboni)

Está concluído o relatório de transição entre as gestões do Governo Cena/Neuro e os novos administradores de Pinhalzinho, Alessandro Beltrame (PP) e Franci Werlang (PP). O documento, com 51 páginas, apresenta um retrato sólido do atual estágio da administração pública municipal, destacando avanços relevantes em governança, finanças e capacidade de investimento — e apontando caminhos para manter o ritmo de desenvolvimento.

O relatório – que pode ser lido aqui – é assinado pelos contadores Roque Bach; Sérgio Mazonetto e Rodrigo Oliveira; pela economista Cássia Ternus; advogados Marlon Aldebrandt e Tainara Wagner; médico Cristian Fiorini; educadora, Carmem Fiorini; consultor de saúde, Eloi Trevisan; e engenheiro civil Alexandre Moroni.

Governança com foco na transparência e eficiência

Produzido por uma equipe multidisciplinar, o relatório foi elaborado com o objetivo de apresentar uma “radiografia clara, objetiva e acessível” da estrutura pública municipal. A proposta é fornecer não apenas um balanço técnico, mas um conteúdo compreensível para toda a população.

Um dos principais destaques é o salto na capacidade de autogestão financeira de Pinhalzinho. Entre 2008 e 2024, o saldo de disponibilidades da prefeitura passou de R$6,9 milhões para R$50,5 milhões. Os recursos livres fecharam 2024 com R$21,5 milhões, o que evidencia não apenas um equilíbrio fiscal, mas também eficiência administrativa sustentada ao longo de diferentes mandatos.

A gestão também se mostrou comprometida com o controle orçamentário: enquanto as receitas cresceram, em média, 14% ao ano, as despesas acompanharam em ritmo mais controlado, com crescimento médio anual de 13,7%, e as despesas com pessoal, 13,6%, motivada pelo ingresso de novos servidores por meio de concurso público.

Esse alinhamento permitiu a manutenção de superávit nas contas públicas e reduziu a dependência de recursos externos: em 2024, 93,4% das receitas foram correntes, contra 6,6% de capital — proporção que demonstra a autossuficiência do município.

Investimento recorde por habitante impulsiona desenvolvimento

No período entre 2021 e 2025, foram investidos R$35,7 milhões, o que representa um valor médio de R$1.595,58 por habitante. Se considerada a soma dos serviços prestados à população, esse número chega a R$16.927,29 por cidadão, mostrando um padrão elevado de entrega pública.

O movimento econômico do município também impressiona: saltou de R$641,3 milhões em 2017 para R$1,86 bilhão em 2024, elevando Pinhalzinho da 55ª para a 43ª posição no ranking estadual de valor adicionado, segundo a Portaria SEF 343/2024. O município hoje representa 0,40% da economia catarinense, ficando atrás apenas de polos regionais como Chapecó, Concórdia e Xanxerê.

Educação e cultura ganham força no orçamento

Outro ponto de atenção do relatório é a mudança na alocação dos recursos na educação. Houve uma inversão histórica: em 2008, o ensino fundamental concentrava mais recursos; em 2024, a educação infantil passou a ter maior participação no orçamento, com 17,7% das despesas totais, enquanto o ensino fundamental teve 12,6%.

As creches municipais demandam investimentos anuais de R$21.433,77 por criança, refletindo o tempo integral de permanência e a complexidade do serviço prestado. Já na pré-escola, o custo médio por aluno é de R$9.502,80.

A cultura e o esporte também foram priorizados: os investimentos saltaram de R$300 mil em 2008 para R$5,9 milhões em 2024, um crescimento que demonstra atenção à qualidade de vida da população.

Desafio futuro: avaliar eficiência, não apenas cumprir a lei

Apesar dos avanços, o relatório faz uma observação: o município cumpre rigorosamente a legislação e os limites impostos pelos órgãos de controle, mas ainda carece de ferramentas para avaliar a eficiência e o desempenho da gestão, como ocorre no setor privado.

A sugestão da equipe de transição é criar o cargo de controlador público para atuar na prefeitura, dado já o tamanho do município. Segundo a equipe responsável, é importante olhar para o futuro, aprimorando sempre o máximo da eficiência do gasto público.

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