PSD deve ser a noiva das eleições presidenciais de 2026

Em Santa Catarina, Jorginho tenta aproximação maior com PP e MDB para isolar o PSD  

28/10/2024, 19:17
Atualizado há 23 dias
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Por Fabiano Rambo
Eleições 2024 chegaram ao fim no último domingo (27) (Foto: José Cruz/Agência Brasil)Eleições 2024 chegaram ao fim no último domingo (27) (Foto: José Cruz/Agência Brasil)

Terminada as eleições de 2024 é declarado que o vencedor do pleito em termos nacionais é o PSD. A agremiação fez 891 prefeituras, com um crescimento de 16% em relação às eleições de 2020.

Nas capitais, o PSD e o MDB elegeram cinco prefeitos cada. O PSDB, antes protagonista em disputas passadas, teve redução significativa em número de representantes no Poder Executivo. Saiu de 535 prefeituras para 276.

O partido de Fernando Henrique Cardoso desde 2018 viu muitos de seus líderes nos municípios migrarem especialmente para o PL que registrou um salto de 351 para 517 prefeituras.

Quem melhorou um pouco seu desempenho em 2024 foi o PT que aumentou em 68 seu número de prefeitos no país. Entretanto, um resultado muito distante dos 625 eleitos em 2012, no auge do partido.

Hoje, os cinco partidos que mais tem prefeitos no Brasil são, por ordem: PSD, MDB, PP, União Brasil e PL. Em termos de população, o MDB pela sua capilaridade e capacidade de adaptação às realidades regionais é o partido que mais governa população, com 27,9 milhões de habitantes. Em segundo, o PSD com 27,7 milhões. A terceira posição é do PL com 19 milhões.

PL, de Jorginho Mello, elegeu 90 prefeitos em Santa Catarina (Foto: Gov SC)

Cenário em Santa Catarina

Santa Catarina não teve segundo turno, pela primeira vez na história. Blumenau, Florianópolis e Joinville elegeram prefeitos no primeiro turno. O PL teve o melhor desempenho no Estado. Elegeu 90 dirigentes municipais. Na sequência, vem o MDB (70), PP (53) e PSD (41).

O PSD e o PL governarão mais pessoas em Santa Catarina. Ambos partidos que buscam se posicionar para as eleições de 2026, elegeram prefeitos em importantes cidades do estado. O PSD permanece na prefeitura de Criciúma, São José, Florianópolis e Chapecó, além de ganhar a de Balneário Camboriú. Já o PL governará Blumenau, Itajaí, Palhoça e Brusque, entre outras.

De olho em 2026

Em âmbito nacional, tanto o PT quanto partidos de centro-direita estão de olho no PSD. Nestas eleições, o partido teve um excelente desempenho, mérito de Gilberto Kassab, um grande articulador político, porém sem votos necessários para vencer uma eleição presidencial.

O PSD tem ministérios no Governo Lula, carta que o presidente pode utilizar ainda mais para uma aproximação com vistas à 2026. Porém, a base, principalmente nas regiões Sul e Sudeste, não concordam com essa posição, abrindo espaço para diálogo e apoio a outros nomes de centro-direita, como Tarcísio de Freitas (Republicanos), Ronaldo Caiado (União Brasil) ou Romeu Zema (Novo), todos presidenciáveis no momento.

Entende-se que: para o lado que o PSD pender pode virar a eleição. Hoje, a agremiação é a noiva da eleição nacional.

Em Santa Catarina

Em Santa Catarina, Jorginho Mello (PL) tenta uma aproximação maior com o MDB – segunda maior bancada da Alesc e segundo em número de prefeitos (70) – e o PP que tem 53 prefeitos eleitos. A intenção é isolar o PSD. Fazer uma grande frente e desmobilizar, principalmente, a candidatura de João Rodrigues (PSD) ao governo.

João Rodrigues foi reeleito com 83% dos votos em Chapecó (Foto: Reprodução/Redes Sociais)

MDB e PP tem secretarias no Governo do Estado, porém ainda o cenário é aberto para 2026. Ambos partidos também estavam com Carlos Moisés (Republicanos), entretanto na eleição seguiram caminhos próprios, exceto o MDB que ficou com o ex-governador.

Jorginho é mais astuto. Quer o apoio dos progressistas e emedebistas, mas sem entregar o núcleo estratégico do governo para não perder o controle. É um confiar, desconfiando, por enquanto.

Se no andar das articulações, PP e MDB não estiverem no projeto, ainda assim terá força para vencer a eleição. Na prática, não quer repetir o erro de Moisés.