Qual o custo da catástrofe do Rio Grande do Sul?

Enchente é considerada a maior já registrada no estado

08/05/2024, 17:22
Atualizado há 7 meses
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Por Fabiano Rambo
Essa é considerada a maior enchente no estado gaúcho (Foto: Gustavo Mansur/Palácio Piratini)Essa é considerada a maior enchente no estado gaúcho (Foto: Gustavo Mansur/Palácio Piratini)

Uma vida não tem preço. Imagine mais de 100, então qual o valor?! A situação das chuvas no Rio Grande do Sul expôs o melhor e o pior do ser humano. Se por um lado, a solidariedade e a ajuda proveniente de todas as partes do país aconteceram, por outro saques e tentativas de extorsão, além de desinformação de cunho ideológico também foram percebidos pela sociedade. Felizmente, nesta batalha o bem e a verdade estão vencedores.

A diminuição gradativa das águas traz à luz o tamanho do desafio do povo gaúcho. Se a vida não preço, o levantamento de danos materiais e econômicos começa a ser apontado. Não será somente o Rio Grande do Sul que sentirá os efeitos da perversidade do tempo, mas o país.

De imediato, percebeu-se, imediatamente, um aumento do preço do arroz, cuja produção provém basicamente do sul de Santa Catarina e RS.A estimativa é uma quebra de 10% da produção e um prejuízo superior a R$70 milhões. No milho e soja ainda não há estimativas.

A água atingiu níveis jamais vistos antes (Foto: Gustavo Mansur/Palácio Piratini)

A Confederação Nacional dos Municípios (CNM) aponta que serão necessários cerca de R$4,6 bilhões para recuperar as 388 cidades atingidas pela enchente. O estudo da CNM considera R$465 milhões no setor público e R$756 milhões no privado. A infraestrutura gaúcha foi devastada. Cidades terão de ser inteiramente reconstruídas, como São Lourenço do Sul e Roca Salles.

Pontes, estradas, saneamento, energia elétrica e comunicação, insumos básicos para sobrevivência no mundo moderno, foram muito afetados. Só aqui falamos de mais de R$120 milhões. Toda ajuda será necessária. O papel do governo será fundamental nesta reconstrução.

Nesta terça (7), o Congresso Nacional validou o decreto do Governo Federal que autoriza a exclusão da meta fiscal do crédito extraordinário para reconstrução. Além disso, será necessário muito mais. Empresas foram dizimadas pela água. Na prática, deixaram de existir, muitas das quais ainda em fase de recuperação da pandemia do COVID-19.

Como os empregos serão preservados? Ou mesmo como viabilizar o recomeço dos pequenos negócios?  Como serão tratados os informais? De qual maneira haverá a reconstrução das habitações e edificações particulares? Haverá ajuda para essa finalidade? Estas são algumas das dúvidas que compõem a nuvem negra que parou sobre o Rio Grande do Sul.

O desafio, na prática, ainda nem começou. Hoje, estamos buscando a preservação da vida, unindo forças pela solidariedade e compaixão. Logo, a fase será focada na sobrevivência de um Estado inteiro, com foco na economia da reconstrução.

Em muitos lugares apenas os telhados das casas ficaram acima do níve da água (Foto: Gustavo Mansur/Palácio Piratini)