Mano Menezes e o retorno ao Grêmio: o desafio de reencontrar um caminho
Duas décadas depois de sua primeira passagem, treinador volta a Porto Alegre para tentar consertar uma defesa frágil e acalmar uma torcida impaciente
Mano volta oa Grêmio após 20 anos da primeira passagem pelo tricolor (Foto: Lucas Uebel/Grêmio)Vinte anos depois de sua primeira passagem pelo Grêmio, Mano Menezes está de volta. Em 2005, ele chegou como uma promessa e fez história: tirou o clube da Série B e levou o time ao vice-campeonato da Libertadores em 2007, iniciando uma trajetória de respeito no cenário nacional. Agora, retorna com um currículo mais robusto, porém em um momento de menor prestígio, tanto dele quanto do clube.
Se na primeira vez Mano buscava afirmação, agora busca redenção. Saiu pela porta dos fundos no Fluminense, após desentendimentos com jogadores e assume um Grêmio pressionado por más atuações e instabilidade. O desafio será mútuo: Mano tenta reconstruir sua imagem; o Grêmio, sua temporada.
A missão mais urgente para o técnico é consertar o setor defensivo, que nos últimos dois anos tem sido um dos mais vazados da Série A. Para um treinador conhecido pela solidez defensiva, esse será o seu primeiro teste e talvez o mais decisivo. Se ajustar isso, irá também definir o rumo da equipe.
Técnico em sua primeira passagem pelo Grêmio entre 2005 e 2007 (Foto: Reprodução/Internet)
Dentro do mercado, Mano representa o melhor custo-benefício disponível. Seu nome ainda carrega peso, e seu estilo conservador pode ser exatamente o que o Grêmio precisa para reorganizar a casa e pensar em uma evolução a curto prazo. Não se deve esperar títulos em 2025, ao menos por enquanto, mas é fundamental devolver o clube ao topo da tabela, onde seu tamanho exige que esteja.
A paciência, no entanto, está escassa nas arquibancadas. A estreia de Mano já acontece nesta quinta-feira, contra o Godoy Cruz, em Mendoza, pela Copa Sul-Americana. Jogo duro, fora de casa, com a pressão de um resultado imediato em um duelo direto no grupo. Não é o cenário ideal, mas é o que se apresenta, isso é futebol.
O Grêmio atual não é uma máquina, está longe disso. Mas também não é um time sem recursos. O empate no grenal sem Quinteros na casamata mostrou que há potencial. Agora, cabe a Mano dar forma e confiança a um grupo que parece perdido em campo. O retorno do velho comandante é cheio de significados, mas o que realmente importa é o que ele fará a partir de agora.