O grito segue preso na garganta
Confiança em excesso não ganha jogo
Todo amante de futebol sabe que favoritismo é uma coisa, vitória é outra. Todo amante do futebol também sabe que confiança é necessária, mas em excesso pode virar uma grande armadilha para si mesmo. Bem, o Internacional tinha a faca e o queijo na mão, mas quem cortou foi o Juventude, apreciando um bom vinho da Serra Gaúcha.
Vamos por partes. Desde o início do ano se dizia que o Internacional era o grande favorito ao título por várias razões. A permanência de boa parte do elenco e a chegada de reforços, um bom futebol apresentado e o apoio massivo da torcida em sair da seca. Tudo isso aliado a vitória no Grenal e a melhor campanha da primeira fase.
Para aumentar tudo isso, o Inter venceu o Juventude no Alfredo Jaconi jogando com os reservas. A confiança estava lá no alto, e com todos os méritos. Agora, quando se olha muito para cima e se esquece de olhar o caminho, a chance de tropeçar é grande.
Nem acho que a culpa seja de Robert Renan que foi displicente na cobrança do pênalti, o mesmo poderia ter acontecido com Valencia que bateu de forma parecida. O erro e problema do Inter foi não ganhar no tempo normal, esse é o fato. O Juventude é um time de Série A, mas não se compara ao Internacional.
Talvez a pressão por títulos atrapalhe o Inter, algo que já aconteceu com o Grêmio. O Colorado não ganha um Gauchão desde 2016. O pior, em muitas vezes não está chegando nem na final. Algo está errado, mas a soberba e expectativa tapam os olhos de dirigentes que não enxergam os próprios erros e acham que só a camisa ganha, o futebol não é mais assim, não tem mais time bobo.
Quando escrevi a coluna antes das semifinais, trouxe dados. Sempre que a dupla Grenal enfrentou as equipes de Caxias do Sul na semifinal, o Inter nunca conquistou o campeonato. São estatísticas, não é corneta. A pergunta é o que acontece com o Inter? Aquele mesmo que já contava que o Grêmio tem Libertadores entremeio as finais do Gauchão e isso iria facilitar ainda mais o título.
Bem, o Grêmio ainda precisa chegar na final, pode ser que aconteça o mesmo, no entanto o Internacional precisa sentar e achar onde estão seus erros. O time ainda é um dos melhores neste ano (no papel), porém nome não ganha jogo. Se quiser sair da fila, vai precisar de evoluir. Talvez o caminho seja baixar a bola, deixar a soberba de lado e rezar para que o Borré mude esse time para melhor, pelo menos em decisões.
Por enquanto o grito segue preso na garganta.