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Em busca do ressarcimento: mais de 488 mil já foram aos Correios contestar descontos indevidos do INSS

Número de contestações já ultrapassa 3,1 milhões; INSS estima prejuízo potencial de até R$2,1 bilhões

Felipe Eduardo
Por Felipe Eduardo
13/06/2025, 19:59
Atualizado há 1 dia
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Mais de 488 mil aposentados já foram aos Correios contestar descontos (Foto: Antonio Cruz/Agência Brasil)Mais de 488 mil aposentados já foram aos Correios contestar descontos (Foto: Antonio Cruz/Agência Brasil)

Mais de 488 mil aposentados e pensionistas procuraram pessoalmente agências dos Correios em todo o Brasil, nas últimas duas semanas, para contestar descontos considerados irregulares em seus benefícios do INSS. A alternativa de atendimento presencial foi disponibilizada no dia 30 de maio, como forma de facilitar o acesso ao serviço para pessoas com dificuldades no uso de tecnologias como celular, computador ou internet.

Segundo o presidente do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), Gilberto Waller, o volume de atendimentos surpreende.

"É um número bem significativo, porque em apenas duas semanas funcionando, a gente já tem mais de 10% do total de requerimentos via Correios. É um atendimento humanizado, olho no olho, presencial, um atendimento em que a pessoa se sente segura", destacou.

Até agora, mais de 3,1 milhões de contestações foram registradas em todo o país, número que engloba tanto os atendimentos presenciais quanto os realizados por meio do aplicativo Meu INSS, do site e da Central 135. Dessas, 512 mil já foram respondidas pelas instituições, com apresentação de documentos que, segundo elas, comprovam a autorização dos descontos.

Além disso, cerca de 100 mil casos já tramitam judicialmente. Os demais aguardam resposta das entidades envolvidas ou estão em fase de apuração. Waller explicou que, no caso de contestações feitas pelo aplicativo Meu INSS, os beneficiários já conseguem acessar os documentos de autorização anexados pelas instituições.

O tamanho real do golpe ainda está sendo investigado. “Se todas as 3,1 milhões de contestações estiverem certas, o prejuízo pode chegar a R$ 1,8 bilhão. Com correção, esse valor sobe para R$ 2,12 bilhões”, estimou Waller. Ele destacou que, inicialmente, se cogitava que o rombo poderia ser de até R$ 9 bilhões.

Apesar de não ter definido prazos, o presidente do INSS reforçou que o objetivo é ressarcir os aposentados o quanto antes, com recursos bloqueados dos próprios fraudadores.

“Desde o início, a ideia é que esse dinheiro saia do bolso de quem roubou, de quem fraudou, de quem lesou os nossos aposentados e pensionistas. Ingressamos rápido com o processo de responsabilização de pessoa jurídica e conseguimos o bloqueio de R$ 2,8 bilhões para assegurar o ressarcimento”, afirmou.

Como funciona o atendimento nos Correios

O atendimento presencial nas agências dos Correios é gratuito. Para contestar descontos não autorizados, basta apresentar um documento oficial de identificação. Caso o beneficiário não possa comparecer, é possível nomear um representante legal, desde que munido de uma procuração autenticada válida apenas para consulta.

Nas agências, o segurado pode verificar se houve descontos indevidos em seu benefício e, caso haja, apresentar a contestação. O resultado da análise pode ser acompanhado após um prazo de até 15 dias úteis.

O INSS reforça que quem já fez a contestação por meio do aplicativo Meu INSS, pela Central 135 ou pelo site do INSS não precisa se dirigir aos Correios.

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