
Os gastos do governo federal com assistência social devem alcançar R$285,8 bilhões em 2025, segundo estimativas oficiais. O valor representa um aumento de 207,9% em relação a 2019, quando foram registrados R$92,8 bilhões nessa função. A alta superou amplamente a inflação acumulada no período, de 39,9%, e reflete a expansão de programas de transferência de renda e de proteção social nos últimos anos, segundo dados divulgados no site Poder 360.
Em 2026, a previsão é de R$292,2 bilhões, uma elevação nominal de 2,2% sobre o ano anterior — ritmo bem menor que o registrado desde 2019, indicando um possível freio após anos de forte crescimento. O maior desembolso da série ocorreu em 2020, durante a pandemia, quando o governo destinou R$409,9 bilhões à assistência social, principalmente para custear o Auxílio Emergencial, criado para mitigar os efeitos da crise sanitária entre as famílias de baixa renda.
Apesar dos números expressivos, os valores divulgados pelo Executivo não incluem programas como o Pé-de-Meia e benefícios trabalhistas, entre eles o Abono Salarial e o Seguro-Desemprego — o que torna o total efetivo de gastos sociais ainda maior.
Atualmente, o Bolsa Família é a principal iniciativa da área, com R$158,6 bilhões previstos para 2025, montante que deve se repetir em 2026. O programa foi ampliado em 2022, às vésperas das eleições, durante o governo Jair Bolsonaro (PL), e recebeu novo impulso a partir de 2023, sob a gestão de Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
O valor médio pago às famílias passou de cerca de R$200 em 2021 para R$600 em 2022, patamar mantido até hoje. Em outubro de 2025, o benefício médio foi de R$683,42, com 18,9 milhões de famílias atendidas — número que chegou ao pico de 21,5 milhões em setembro de 2023. O governo conduz atualmente um pente-fino para revisar cadastros e eliminar possíveis irregularidades. O programa tem custo mensal de aproximadamente R$13 bilhões.
O Brasil tem 213,4 milhões de habitantes, e 49,4 milhões de pessoas (23,1% da população) são beneficiadas diretamente pelo Bolsa Família.
Outro componente relevante é o Benefício de Prestação Continuada (BPC), que garante um salário mínimo a idosos e pessoas com deficiência de baixa renda. O BPC deve consumir R$113,6 bilhões em 2025, com 6,5 milhões de beneficiários. O gasto mensal em agosto foi de R$9,9 bilhões, e o valor é reajustado anualmente conforme o aumento do salário mínimo.
Somando o Bolsa Família, o BPC e o Pé-de-Meia, o governo federal realiza 29,4 milhões de pagamentos mensais. O Pé-de-Meia, embora administrado pelo Ministério da Educação e não contabilizado como assistência social, deve ter R$12,5 bilhões de orçamento em 2025 para incentivar estudantes do ensino médio.