Apesar de a maioria dos brasileiros ainda morar em casa própria já quitada, o país vem registrando mudanças significativas no perfil das residências. Segundo dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua, divulgados nesta sexta-feira (22) pelo IBGE, a proporção de famílias que pagam aluguel cresceu 25% nos últimos oito anos, enquanto a parcela de lares quitados caiu 8%.
Em 2016, o Brasil tinha 66,7 milhões de domicílios, dos quais 12,3 milhões eram alugados, representando 18,4% do total. Em 2024, com 77,3 milhões de residências, 23% (7,8 milhões) eram alugadas, um aumento de 4,6 pontos percentuais. O número absoluto de moradores que pagam aluguel passou de 35 milhões para 46,5 milhões. Ao mesmo tempo, os domicílios próprios quitados caíram de 66,8% para 61,6%, totalizando 47,7 milhões de residências.
Outra mudança observada pelo IBGE é a migração de casas para apartamentos. Em 2016, 13,7% dos domicílios eram apartamentos; em 2024, esse número subiu para 15,3%. As casas, embora ainda predominantes, caíram de 86,1% para 84,5%, abrigando 183,3 milhões de brasileiros, contra 28,2 milhões em apartamentos.
O levantamento também aponta um crescimento significativo do número de brasileiros que moram sozinhos, que subiu 52% em 12 anos. Em 2012, 12,2% dos lares tinham apenas um morador; em 2024, essa proporção chegou a 18,6%, ou cerca de um em cada cinco domicílios, 14,4 milhões de pessoas vivendo sozinhas. Entre elas, 55,1% são homens, principalmente na faixa de 30 a 59 anos, enquanto 44,9% são mulheres, predominando entre aquelas com mais de 60 anos.