Rádio Centro Oeste

Streaming avança e supera TV por assinatura em mais da metade dos lares brasileiros

Pesquisa do IBGE mostra que desinteresse supera preço como principal motivo para abandono da TV paga

Felipe Eduardo
Por Felipe Eduardo
24/07/2025, 18:06
Atualizado há 7 dias
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Diminui número de casas com TV por assinatura; 43,4% têm streaming (Foto: Valter Campanato/Agência Brasil)Diminui número de casas com TV por assinatura; 43,4% têm streaming (Foto: Valter Campanato/Agência Brasil)

A preferência do brasileiro por serviços de vídeo sob demanda continua crescendo e impactando diretamente o setor de televisão por assinatura. De acordo com dados divulgados nesta quinta-feira (24) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), 43,4% dos 75,2 milhões de domicílios com aparelho de TV no país utilizam serviços pagos de streaming, o que representa 32,7 milhões de casas. Em contrapartida, apenas 24,3% mantêm a TV por assinatura, ou 18,3 milhões de lares.

Os dados são parte do suplemento sobre tecnologia da informação e comunicação da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad), referente ao último trimestre de 2024. O levantamento identificou o menor número de domicílios com TV paga desde o início da série histórica, em 2016. Naquele ano, 33,9% das casas tinham o serviço. O percentual caiu para 24,3% em 2024.

Além da queda na adesão, o IBGE destaca uma mudança no perfil do consumidor. Em 2016, o principal motivo apontado para não ter TV por assinatura era o preço elevado (56,1%). Já em 2024, o desinteresse lidera, com 58,4%, enquanto a justificativa por custo alto caiu para 31%.

“Possivelmente um dos motivos dessa falta de interesse pode ser, por exemplo, o streaming, o acesso a vídeos, a filmes e séries por outros meios”, explica o analista do IBGE, Gustavo Geaquinto Fontes.

A consolidação do streaming

O serviço de streaming de vídeo também apresentou leve crescimento entre 2022 e 2024. Eram 31 milhões de domicílios com o serviço em 2022, passando para 32,7 milhões em 2024. Essas residências abrigam 95,1 milhões de pessoas.

O acesso ao streaming é geralmente associado a uma maior renda. Nas casas com esse tipo de serviço, o rendimento médio mensal por pessoa é de R$2.950, enquanto nos domicílios sem streaming, a média cai para R$1.390.

A análise também mostra diferenças regionais marcantes, enquanto aproximadamente metade dos domicílios do Sul (50,3%), Sudeste (48,6%) e Centro-Oeste (49,2%) assina plataformas digitais, o percentual é bem menor no Nordeste (30,1%) e no Norte (38,8%).

Mesmo com o avanço do streaming, ele ainda convive com outras formas de acesso à TV. Em 86,9% dos lares com plataformas digitais, também há recepção de TV aberta, uma leve queda em relação aos 93% registrados em 2022.

Já 39,7% desses lares combinam streaming com TV por assinatura. Em 8,2% das casas com streaming, não há sequer acesso à TV aberta ou paga, ou seja, o entretenimento é exclusivamente digital. Esse índice mais que dobrou desde 2022, quando era de 4,7%.

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