Em apenas dois dias de funcionamento, o plano Brasil Soberano já aprovou R$1,2 bilhão em financiamentos para empresas brasileiras afetadas pelas tarifas de até 50% impostas pelos Estados Unidos às exportações do país. O balanço foi divulgado na noite de sexta-feira (19) pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).
Entre quinta (18) e sexta-feira (19), 533 empresas apresentaram pedidos que somaram R$3,1 bilhões, dos quais R$1,9 bilhão ainda está em análise. No período, foram realizadas 75 operações de crédito, todas na linha de capital de giro.
O Brasil Soberano prevê um total de R$40 bilhões em crédito, sendo R$30 bilhões do Fundo Garantidor de Exportações (FGE) e R$10 bilhões do BNDES. Os empréstimos são concedidos a juros subsidiados, com a condição de que as empresas beneficiadas não realizem demissões.
As linhas contemplam desde o pagamento de despesas do dia a dia até investimentos em adaptação produtiva, compra de máquinas e busca de novos mercados. Do montante já aprovado, 84,1% foram destinados à indústria de transformação, seguidos por agropecuária (6,1%), comércio e serviços (5,7%) e indústria extrativa (4,2%). Quase um terço dos recursos ficou com pequenas e médias empresas.
Segundo o presidente do BNDES, Aloizio Mercadante, a agilidade no processo se deve ao trabalho conjunto com 50 instituições financeiras parceiras.
“Nosso objetivo é proteger os empregos e fortalecer as empresas e a economia, inclusive estimulando a participação em novos mercados”, destacou.
Até agora, 2.236 empresas acessaram o sistema para consultas, das quais 533 foram consideradas elegíveis – critério que exige que ao menos 5% do faturamento bruto entre julho de 2024 e julho de 2025 tenha vindo de produtos incluídos na lista tarifada.
Do volume em análise, R$1,7 bilhão se refere a pedidos para expansão em novos mercados.
Como acessar
Para verificar se tem direito ao crédito, a empresa deve consultar a elegibilidade no site do BNDES, autenticando-se pelo GOV.BR com certificado digital. Caso seja considerada apta, a orientação é procurar o banco com o qual já mantém relacionamento. Grandes empresas podem buscar o crédito diretamente no BNDES.