O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou nesta segunda-feira (22), em São Paulo, que acredita em uma queda “consistente e sustentável” da taxa de juros nos próximos meses, ainda que sem estipular prazos. A expectativa do ministro é de que, a partir de 2026, “as coisas vão melhorar muito” diante do cenário econômico.
“Eu acho que os juros vão começar a cair e vão cair, na minha opinião, de forma consistente e sustentável. Não sei em que momento, mas em algum momento ─ com os indicadores de inflação que estamos colhendo, com o dólar no patamar que está e com tudo que está acontecendo ─ eu acho que as coisas vão melhorar muito a partir do ano que vem. E eu acho que vai ser uma trajetória sustentável”, disse Haddad durante participação no evento Macro Day, promovido pelo banco BTG Pactual.
Na semana passada, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central manteve a Taxa Selic em 15% ao ano, justificando a decisão pelas incertezas do ambiente internacional, especialmente em relação à política econômica dos Estados Unidos.
A Selic é o principal instrumento do Banco Central para o controle da inflação, por meio do encarecimento do crédito e da desaceleração da economia. Haddad rebateu a ideia de que o patamar elevado dos juros esteja ligado exclusivamente ao quadro fiscal brasileiro.
“Existem outras coisas que explicam o juro no Brasil. Muitas outras coisas. O fiscal é muito importante, mas não é a única explicação para esse patamar de juros”, afirmou.
O ministro também destacou que a responsabilidade sobre a política fiscal não recai apenas sobre o governo federal.
“A política fiscal não depende só do Executivo, mas também do Judiciário e do Congresso Nacional. Para ele [arcabouço] ser fortalecido, você precisa criar as condições políticas de sentar com os parlamentares e falar: ‘nós vamos precisar ajustar algumas regras, senão o arcabouço não vai ser sustentável no longo prazo’”, afirmou Haddad.