A sinalização de uma possível abertura de diálogo direto entre os presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Donald Trump, registrada nesta terça-feira (23) durante a Assembleia Geral da ONU, em Nova York, foi recebida com otimismo pela Federação das Indústrias de Santa Catarina (FIESC).
“É uma notícia de extrema importância, porque pode, finalmente, abrir as portas para avanços efetivos na questão das tarifas, que têm provocado impactos relevantes na competitividade dos produtos brasileiros nos Estados Unidos”, afirmou o presidente da FIESC, Gilberto Seleme.
Lula e Trump se encontraram nos corredores da ONU, no mesmo dia em que ambos discursaram ao plenário. Para a FIESC, a simples disponibilidade em iniciar negociações representa um passo significativo, uma vez que o setor empresarial vinha cobrando do governo brasileiro ações mais concretas desde o início do chamado “tarifaço”.
Segundo Seleme, a crise já força empresas catarinenses a reduzir postos de trabalho diante da queda nas vendas ao mercado norte-americano, especialmente nos segmentos de madeira e móveis.
“Esperamos que, a partir de agora, o diálogo seja exercido com objetividade e pragmatismo”, destacou.
Os Estados Unidos são o principal destino das exportações de Santa Catarina. Atualmente, 22,2% da produção de produtos de madeira do estado tem como destino o mercado norte-americano, além de 12,1% da fabricação de móveis. Ambos os setores estão entre os mais atingidos pela tarifa de 50% aplicada pelo governo dos EUA sobre produtos brasileiros.