Uma técnica milenar de construção, usada na própria Grande Muralha da China, está sendo aplicada em uma obra no bairro Nova Divinéia, em Pinhalzinho, no Oeste catarinense. A arquiteta Tuami Matielo decidiu apostar no método conhecido como taipa de pilão, que utiliza terra compactada para erguer paredes com alta resistência, além de oferecer excelente desempenho térmico e acústico.
O sistema construtivo, sustentável e ligado à natureza, tem ganhado adeptos por unir tradição e funcionalidade. Segundo Tuami, o projeto também busca promover a integração entre pessoas interessadas em aprender sobre construção civil de forma prática e colaborativa.
"A ideia também é interagir com as pessoas. Nós chamamos de mutirões. Temos voluntários que querem colocar a mão na terra, mesmo sem experiência", conta.
Ao contrário dos métodos convencionais, que priorizam velocidade e materiais industrializados, a proposta valoriza o ritmo da terra, a conexão com a natureza e o resgate de saberes ancestrais. A experiência tem despertado curiosidade e envolvimento da comunidade local.
Técnica secular em contexto contemporâneo
A taipa de pilão tem origens milenares e foi usada em construções que resistem há séculos em diversos continentes, especialmente na Ásia, África e América Latina. No Brasil, há registros do uso da técnica desde o período colonial, especialmente em igrejas e casarões históricos.