O presidente do Grêmio, Alberto Guerra, e o empresário Marcelo Marques assinaram, na tarde desta quinta-feira (16), a transferência da gestão da Arena para o clube, em uma solenidade que contou com a presença do vice-presidente Eduardo Magrisso. O Grêmio assumirá oficialmente a operação do estádio no dia 1º de novembro.
Em discurso, Guerra agradeceu a Marques e ressaltou o papel das gestões passadas e do Conselho de Administração na conquista.
“Está assinado, a Arena é nossa!”, afirmou o presidente do Grêmio.
Marques, por sua vez, destacou o orgulho de ver o estádio voltar às mãos do torcedor.
“A Arena não é do Marcelo, da OAS, a Arena é do Grêmio. Agora é lotar a Arena, se associar em massa”, disse o empresário.
Com a incorporação, o Tricolor passa a gerir todas as receitas e despesas do estádio, incluindo a definição dos preços de ingressos. Magrisso garantiu que não haverá retrocessos nas recentes melhorias, como no gramado e na estrutura de acolhimento aos torcedores.
Na prática, o clube assume a administração oito anos antes do previsto pelo antigo contrato com a OAS, que ia até 2033. Marques pagou R$145 milhões à Arena Porto-Alegrense — empresa ligada à construtora — e assumiu dois terços da dívida da construção do estádio junto ao fundo Reag e à empresa Revee.
A compra, anunciada em julho, interrompeu o contrato com a Arena Porto-Alegrense e será quitada em 10 parcelas. Marques se comprometeu a entregar o estádio sem dívidas ao Grêmio, mesmo com os investimentos recentes feitos em gramado e iluminação, antecipando a gestão que originalmente ocorreria apenas em janeiro.
Marques também decidiu se afastar da vida política do clube e mudará-se para São Paulo para expandir a Marquespan, sua empresa de pães franceses. Ele solicitou que os cerca de 40 funcionários da Arena fossem mantidos pelo Grêmio. Além disso, foram definidas resoluções para separar administração e caixa do estádio do clube, e impedir que a Arena seja usada como garantia em empréstimos.
Com a assinatura do documento, o Grêmio encerra um ciclo de negociações complexas, garantindo a casa própria para o clube e para os torcedores, além de consolidar o controle total sobre a gestão e os lucros da Arena Porto-Alegrense.