O empresário Marcelo Marques, apontado como principal favorito para assumir a presidência do Grêmio, anunciou nesta quarta-feira (27) que não será mais candidato ao cargo máximo do clube. A decisão foi revelada durante sua participação no programa Sala de Redação, da Rádio Gaúcha.
Dono da Arena do Grêmio e dirigente de forte influência nos bastidores, Marques explicou que o principal motivo da desistência é a dificuldade de lidar com o ambiente político do clube. Ele também destacou responsabilidades pessoais e profissionais que pesaram na decisão.
"Essa semana entrou a política. Ela existe, sempre vai existir, nos trouxe até aqui. A gente ama o Grêmio desse jeito. Por todo esse peso e mais essa questão política, eu não vou me adaptar à política. Não serei candidato. É uma decisão irreversível", declarou.
Marques ressaltou que, além do Grêmio, precisa administrar sua empresa, a Marquespan, e os mais de 6 mil colaboradores que emprega. Ele lembrou ainda do novo projeto em São Paulo, onde sua presença é fundamental, e do compromisso assumido com a compra da gestão da Arena, feita em julho por R$145 milhões de recursos próprios.
"Fiquei pensando: será que eu tenho que ser presidente mesmo? Será que o certo não é eu ficar ajudando o Grêmio como o Celso Rigo?" questionou o empresário.
Eleições
O anúncio ocorre poucos dias após a abertura do período de inscrições para as chapas do Conselho Deliberativo, etapa inicial do processo eleitoral do clube. A votação para definir o novo presidente do Grêmio está marcada para os próximos meses.
Apesar da desistência, Marques garantiu que seguirá colaborando com o clube, especialmente em investimentos no futebol. No entanto, não escondeu a decepção com o ambiente político tricolor.
"Foi uma análise equivocada minha de que conseguiria cuidar de tudo e, estando lá, passar por cima da questão política. Mas tem muitos que estão ali porque a política está à frente do clube", disse ele na entrevista.
Pouco após a confirmação de sua saída da disputa, outro pré-candidato, Paulo Caleffi, também anunciou a desistência. Gladimir Chiele e Denis Abrahão informaram que reavaliariam suas candidaturas após a eleição para o Conselho Deliberativo, enquanto Sérgio Canozzi manteve a intenção de concorrer.