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Por Felipe Eduardo
O futebol brasileiro está prestes a viver uma revolução em seu calendário. A partir de 2026, o torcedor verá o Campeonato Brasileiro começar mais cedo do que nunca, em 28 de janeiro, e se estender até 2 de dezembro, ocupando praticamente todo o ano. A promessa é mais espetáculo, mais organização e um produto valorizado dentro e fora de campo.
A mudança representa uma virada cultural no esporte nacional. Até 2025, o Brasileirão só tinha início no fim de março ou início de abril, mas a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) decidiu alinhar o torneio a padrões internacionais, criando maior equilíbrio entre descanso de atletas, calendário comercial e apelo competitivo.
Mesmo com o novo formato, os campeonatos estaduais não perderão espaço. Disputados entre 11 de janeiro e 15 de março, eles vão conviver com o Brasileirão em algumas semanas — com jogos no meio da semana para os estaduais e rodadas do Nacional nos fins de semana. As decisões, no entanto, continuam intocáveis, haverá pausas no Brasileirão para preservar as finais.
Outro ponto de destaque é a pausa prevista para a Copa do Mundo de 2026, nos Estados Unidos, Canadá e México. O Brasileirão será interrompido por cinco semanas, entre junho e julho, permitindo que torcedores e jogadores se dediquem ao Mundial sem sobreposição de competições.
Além do Campeonato Brasileiro, a Copa do Brasil também terá profundas transformações. O torneio passa de 92 para 126 clubes já em 2026 e, em 2027, o número sobe para 128. A competição começará em 18 de fevereiro e vai até 6 de dezembro, encerrando oficialmente o calendário nacional.
Com mais vagas vindas dos campeonatos estaduais — 102 ao todo —, a competição ganha amplitude, levando o futebol a mais regiões do país. Os times da Série A, já garantidos independentemente da classificação local, só entrarão na quinta fase, última antes das oitavas de final.
As primeiras quatro fases serão disputadas em jogo único, enquanto a partir da quinta fase até as semifinais, os confrontos terão ida e volta. A grande decisão, entretanto, ganhará um formato inédito: partida única em estádio pré-selecionado.
Para receber a final, a cidade-sede precisará cumprir exigências como rede hoteleira adequada, logística de acesso, capacidade para duas torcidas e estádio com mínimo de 40 mil lugares.
Segundo a CBF, as mudanças foram discutidas durante dois anos em comissões de clubes e detalhadas nos últimos três meses. O objetivo, reforça a entidade, é modernizar o futebol brasileiro, tornando-o mais atrativo e sustentável em todos os níveis.
O torcedor pode se preparar: a partir de 2026, o futebol brasileiro vai entrar em campo de um jeito diferente, ocupando o calendário como nunca antes e buscando aproximar o país do padrão das maiores ligas do mundo.
Samir Xaud, presidente da CBF (Foto: Rafael Ribeiro/CBF)