Por Felipe Eduardo
O ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), usou as redes sociais, neste domingo (07), para rebater críticas direcionadas ao Poder Judiciário. Em publicação na rede X, Mendes afirmou que a Corte atua como guardiã da Constituição e do Estado de Direito, preservando garantias fundamentais e impedindo retrocessos democráticos.
Poucas horas depois de manifestações organizadas por políticos de direita e grupos religiosos, que reuniram milhares de pessoas em defesa da anistia ao ex-presidente Jair Bolsonaro, de condenados pelos atos de 8 de Janeiro e pelo impeachment do ministro Alexandre de Moraes, Gilmar Mendes saiu em defesa do Supremo e rejeitou as acusações recorrentes contra a Corte.
“No Dia da Independência, é oportuno reiterar que a verdadeira liberdade não nasce de ataques às instituições, mas do seu fortalecimento. Não há, no Brasil, ‘ditadura da toga’, tampouco ministros agindo como tiranos”, declarou.
Sem citar nomes diretamente, Mendes criticou a gestão do ex-presidente Jair Bolsonaro, relembrando episódios de ataques ao sistema eleitoral e a condução da pandemia da covid-19.
"Milhares de mortos em uma pandemia; vacinas deliberadamente negligenciadas por autoridades; ameaças ao sistema eleitoral e à separação de Poderes; acampamentos diante de quartéis pedindo intervenção militar, tentativa de golpe de Estado com violência e destruição do patrimônio público, além de planos de assassinato contra autoridades da República”, escreveu o ministro.
As declarações vieram em resposta indireta a falas do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, que durante ato na Avenida Paulista classificou a atuação de Alexandre de Moraes como “tirania”.
“Ninguém aguenta mais a tirania de um ministro como Moraes. Ninguém aguenta mais o que tá acontecendo nesse país”, disse Tarcísio.
Governador Tarcísio de Freitas discursa na Avenida Paulista no dia 7 de setembro (Foto: Adriana Negreiros/UOL)Para Mendes, no entanto, o que ameaça a democracia são as investidas golpistas.
“O que o Brasil realmente não aguenta mais são as sucessivas tentativas de golpe que, ao longo de sua história, ameaçaram a democracia e a liberdade do povo. É fundamental que se reafirme: crimes contra o Estado Democrático de Direito são insuscetíveis de perdão! Cabe às instituições puni-los com rigor e garantir que jamais se repitam”, concluiu o ministro.
