
Damaris Vitória Kremer da Rosa, de 26 anos, morreu no último dia 27 de outubro, em Balneário Arroio do Silva (SC), dois meses após ser solta da prisão. Ela cumpriu seis anos de detenção por um crime do qual foi absolvida e lutava contra um câncer de colo de útero diagnosticado enquanto estava presa.
Segundo a advogada de defesa, Rebeca Canabarro, Damaris foi presa em 2019, acusada de envolvimento na morte de Daniel Gomes Soveral, em Salto do Jacuí (RS). O Ministério Público do Rio Grande do Sul alegou que ela teria atraído a vítima para uma emboscada, em 2018.
A defesa sustentou desde o início que Damaris era inocente e que o crime havia sido cometido pelo então namorado dela, após ela relatar ter sido estuprada por Daniel. Mesmo sem provas diretas contra a jovem, a Justiça negou os pedidos de revogação da prisão preventiva.
Durante o período em que esteve no presídio, Damaris apresentou sintomas de saúde graves, como sangramentos e dores na região do ventre. Somente neste ano, após o diagnóstico de câncer e o agravamento do quadro clínico, a Justiça autorizou a prisão domiciliar.
Em abril, ela passou a cumprir a pena na casa da mãe, usando tornozeleira eletrônica. Quatro meses depois, em agosto, foi julgada e absolvida de todas as acusações.
O Tribunal de Justiça informou, em nota, que analisou três pedidos de soltura feitos pela defesa. Um deles foi negado porque “os documentos apresentados eram receituários médicos, sem apontar qualquer patologia existente e sem trazer exames e diagnósticos”. Damaris foi sepultada em 27 de outubro, no Cemitério Municipal de Araranguá (SC).