
A Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) formou nesta quarta-feira (10) maioria para validar a delação premiada do tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro e personagem central nas investigações sobre a tentativa de golpe de Estado.
O ministro Luiz Fux acompanhou os votos já proferidos por Alexandre de Moraes e Flávio Dino, na terça-feira (9), e defendeu a manutenção do acordo de colaboração firmado com a Polícia Federal (PF). Para Fux, o militar prestou informações relevantes para o processo.
“Me parece desproporcional a anulação, a rescindibilidade dessa delação”, afirmou o ministro.
Moraes, em seu voto, destacou que a insistência de advogados em apontar contradições nos depoimentos de Cid “beira a litigância de má-fé”. Ainda restam os votos da ministra Cármen Lúcia e do ministro Cristiano Zanin, presidente da Primeira Turma e responsável por conduzir os trabalhos.
As defesas de investigados criticam o acordo, alegando que Cid teria omitido informações em um primeiro momento e só posteriormente revelou dados considerados essenciais sobre a trama golpista. Também apontam áudios divulgados pela imprensa nos quais o militar teria dito que foi coagido pela PF a delatar. A defesa de Cid, no entanto, nega qualquer tipo de coação e sustenta que todos os relatos foram prestados de forma voluntária.