
O renomado jornalista Caco Barcellos, conhecido por sua cobertura investigativa de tragédias e temas sociais, foi referência central no seminário promovido nesta quarta-feira (23) pelo Comitê Integrado para Cidadania e Paz nas Escolas (Integra). O evento, realizado no auditório Antonieta de Barros, na Alesc, reuniu jornalistas, autoridades e especialistas para debater a responsabilidade ética e a sensibilidade necessárias na cobertura de atos de violência em escolas.
O painel contou ainda com a participação do promotor de Justiça Diego Roberto Barbiero, coordenador do Cyber Gaeco; da médica pediatra e psicóloga Catarina Costa Marques; e dos jornalistas Felipe Sales Cruz e Fernanda Moro, que acompanharam as tragédias das creches Bom Pastor, em Blumenau, e Pró Infância, em Saudades, respectivamente. A mediação ficou a cargo do deputado Mário Motta, e o evento teve a presença dos deputados Mauro de Nadal, Fernando Krelling e Paulinha.
A presença de Caco Barcellos inspirou os debates sobre como informar sem sensacionalismo, mantendo a prioridade nas vítimas e no trabalho das autoridades. Para Moro e Sales Cruz, a referência ao jornalista reforça a necessidade de um jornalismo humanizado, ético e sensível, mesmo diante de cenas impactantes e tragédias de grande repercussão.
(Foto: Jeferson Baldo/Agência AL)Paulo Edson da Cunha Júnior, pai de Bernardo, vítima em Blumenau, destacou o projeto “Vamos Salvar o Dia”, que incentiva os pais a participarem mais da vida dos filhos. A psicóloga Catarina Costa reforçou que o vínculo familiar e a educação para o uso das redes sociais são ferramentas essenciais na prevenção da violência escolar, e que a cobertura jornalística deve priorizar os bons exemplos e proteger as vítimas.
O Integra, criado em 2023 após a tragédia de Blumenau, reúne mais de 30 instituições em ações de prevenção à violência. A deputada Paulinha destacou que a iniciativa funciona como política pública de enfrentamento do fenômeno, e o deputado Krelling lembrou que o esporte nas escolas contribui para reduzir o bullying e aproximar os estudantes.
O promotor Barbiero apontou a importância da investigação preventiva realizada pelo Cyber Gaeco para evitar novos crimes e alertou sobre os riscos de enaltecer agressores, que podem estimular imitadores. Ele reforçou que a ética na cobertura jornalística é essencial para impedir o chamado efeito “copycat”.
O deputado Mário Motta encerrou o seminário lembrando experiências próprias em coberturas de tragédias, como o desmoronamento do Morro do Baú, e reforçou que imagens trágicas exigem cuidado e filtro. Para todos os participantes, a presença simbólica de Caco Barcellos foi um lembrete de que informar exige sensibilidade, ética e compromisso com a verdade, colocando sempre a humanidade das vítimas em primeiro lugar.
(Foto: Jeferson Baldo/Agência AL)