Agosto é o mês dedicado à conscientização sobre os linfomas, e o Centro de Pesquisas Oncológicas (CEPON), unidade da Secretaria de Estado da Saúde (SES), alerta para a importância do diagnóstico precoce desse tipo de câncer que afeta o sistema linfático, responsável pela defesa do organismo contra infecções e doenças.
Em Santa Catarina, a rede pública de saúde está estruturada para oferecer atendimento prioritário aos pacientes oncológicos em todo o território estadual. Segundo a gerente técnica e hematologista do Cepon, Dra. Mary Anne Taves, o linfoma é um câncer do sangue que compromete o funcionamento adequado do sistema imunológico.
“O linfoma compromete o pleno funcionamento desse sistema, o que pode torná-lo menos eficaz no combate a infecções”, explica.
A doença é classificada em dois grandes grupos: linfoma de Hodgkin e linfoma de não-Hodgkin. O primeiro costuma aparecer em gânglios do pescoço ou do tórax, sendo mais comum entre adolescentes, adultos jovens de 15 a 29 anos e pessoas acima dos 55. Já o linfoma não-Hodgkin pode surgir em qualquer parte do corpo, geralmente com crescimento mais lento, afetando predominantemente pessoas idosas.
O diagnóstico é confirmado por meio de biópsia de linfonodos e o tratamento varia de acordo com o subtipo, estágio da doença e condições do paciente, podendo incluir quimioterapia, radioterapia, imunoterapia, transplante de medula óssea e terapias-alvo.
De acordo com estimativas do Instituto Nacional de Câncer (INCA), em 2025 Santa Catarina deverá registrar 910 novos casos de linfoma não-Hodgkin e 190 de linfoma de Hodgkin.
Sinais de alerta
Entre os principais sinais da doença estão o aumento indolor dos gânglios linfáticos, como ínguas no pescoço, axilas ou virilhas. Outros sintomas incluem febre, suor noturno, perda de peso sem causa aparente, aumento do baço, desconforto abdominal, sensação de estufamento e tosse persistente.
“Atenção a esses sinais é fundamental para que o diagnóstico seja feito em tempo hábil e o tratamento inicie de forma precoce, aumentando as chances de sucesso”, reforça o coordenador do setor de Onco-Hematologia do CEPON, Dr. David Cavalcanti.
Embora não exista protocolo de rastreamento específico para os linfomas e a ciência ainda não tenha identificado sua causa exata, alguns fatores de risco já são conhecidos, como infecções virais (HIV, hepatite e vírus Epstein-Barr) e a exposição a produtos químicos como benzeno, derivados do petróleo e certos agrotóxicos.