
O Codesul, que reúne Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná e Mato Grosso do Sul, entregou nesta terça-feira (09) ao secretário nacional de Transporte Ferroviário, Leonardo Cezar Ribeiro, um documento técnico com o posicionamento conjunto dos quatro estados sobre a Política Nacional de Concessões Ferroviárias e a Carteira de Projetos 2026. O material consolida avaliações sobre a Malha Sul, detalha desafios logísticos e apresenta diretrizes para o futuro do transporte ferroviário no Sul do país.
A entrega ocorreu durante audiência na Secretaria Nacional de Transporte Ferroviário (STNF), em Brasília, acompanhada por debates sobre os efeitos da fragmentação da Malha Sul e a importância de um modelo integrado de concessão. Após a reunião, representantes do Codesul participaram de encontro com deputados das bancadas federais dos estados envolvidos.
O documento reconhece avanços da Política Nacional de Outorgas Ferroviárias, que prevê oito leilões e aproximadamente R$140 bilhões em investimentos, mas alerta que a divisão da Malha Sul em três concessões distintas não atende às necessidades da região. Segundo o bloco, esse formato compromete a integração logística dos estados, reduz a eficiência operacional e pode limitar a competitividade do modal.

Com base em um diagnóstico atualizado, o Codesul aponta que metade da malha ferroviária do Rio Grande do Sul está inativa, situação agravada pelas enchentes de 2024. Em Santa Catarina, apenas 17% dos trilhos operam, apesar da relevância do estado na movimentação nacional de contêineres. No Paraná, gargalos como o da Serra da Esperança dificultam o escoamento de cargas agrícolas e industriais. Para os estados, a falta de integração plena afeta cadeias estratégicas, especialmente na agroindústria.
Rio Grande do Sul
Santa Catarina
Paraná

O relatório também destaca que a dependência do modal rodoviário, responsável por 65% do transporte doméstico no país, impõe riscos crescentes à competitividade. Rodovias saturadas, custos logísticos elevados e a redução de motoristas tornam o cenário ainda mais complexo. Para o Codesul, fragmentar a Malha Sul ampliaria a insegurança operacional e reduziria o potencial de investimentos privados.
Entre as propostas apresentadas ao Ministério dos Transportes estão a recuperação de trechos danificados no Rio Grande do Sul, o restabelecimento do transporte ferroviário de líquidos, a avaliação técnica dos segmentos da malha que devem ser modernizados e a defesa de uma concessão plenamente integrada.
No médio e longo prazo, o bloco sugere maior conexão aos corredores de exportação, ampliação da competição no setor e alinhamento entre projetos estaduais e estratégias nacionais para garantir coerência logística.



