
Os casos de acidente vascular cerebral (AVC) tendem a aumentar durante o verão, período marcado por altas temperaturas e mudanças nos hábitos de saúde da população. De acordo com especialistas, o calor intenso provoca desidratação natural do organismo, o que deixa o sangue mais espesso e aumenta a chance de coagulação.
Esse processo está diretamente ligado ao AVC isquêmico, causado pelo entupimento de um vaso cerebral, que representa cerca de 80% dos casos registrados. Os médicos explicam que existem dois tipos de AVC. O hemorrágico, responsável por aproximadamente 20% das ocorrências, acontece quando há o rompimento de um vaso no cérebro. Já o isquêmico ocorre quando um coágulo impede a passagem do sangue, situação favorecida pela desidratação comum nos dias mais quentes.
Outro fator de risco citado é a alteração da pressão arterial no verão. Com o calor, os vasos sanguíneos se dilatam para ajudar o corpo a regular a temperatura, o que tende a reduzir a pressão arterial. Essa condição pode favorecer a formação de coágulos e o surgimento de arritmias cardíacas, quando o coração passa a bater fora do ritmo normal.
Nesses casos, coágulos formados no coração podem alcançar o cérebro com facilidade, já que cerca de 30% do sangue bombeado pelo órgão é direcionado para essa região. Além disso, o período de férias costuma levar a um maior consumo de bebidas alcoólicas, que intensificam a desidratação e aumentam o risco de arritmia.
O descuido com a rotina de saúde também preocupa, já que esquecer de tomar medicamentos de uso contínuo, especialmente os relacionados à pressão arterial e ao coração, eleva significativamente o risco de AVC. A recomendação é manter a hidratação adequada, evitar excessos e seguir corretamente as orientações médicas, mesmo durante os dias de lazer.


