
O medicamento clonazepam, identificado nas análises do refrigerante contaminado que causou a intoxicação de 12 funcionários do pronto-atendimento de Santa Cecília, no Oeste catarinense, é uma substância controlada usada para tratar transtornos de ansiedade, crises convulsivas e distúrbios do sono. Considerado o calmante mais vendido do Brasil, o clonazepam pertence à classe dos benzodiazepínicos, que atuam deprimindo o sistema nervoso central.
A informação foi detalhada pela professora Camila Marchioni, do Laboratório de Pesquisas Toxicólogicas da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), após a Polícia Civil divulgar, na segunda-feira (10), novos avanços nas investigações. O caso ocorreu em 21 de outubro e deixou os servidores com sintomas como vômito, tontura, sonolência, inchaço abdominal e dificuldade para falar. Duas pessoas, tia e sobrinho, foram presas suspeitas de envolvimento no crime.
As vítimas chegaram a ser hospitalizadas e as últimas receberam alta em 25 de outubro. A toxicologista explica que, quando o clonazepam é diluído em bebidas, pode alterar discretamente o sabor, dependendo da quantidade.
“O clonazepam triturado e misturado em líquidos pode deixar um gosto levemente amargo, mas muitas vezes passa despercebido, especialmente em bebidas doces”, observou Marchioni.
A especialista alerta ainda para os riscos do uso abusivo ou acidental do medicamento. Entre os efeitos adversos estão sonolência intensa, confusão mental, fala arrastada, dificuldade de coordenação motora e respiração lenta. Em casos mais severos, a substância pode causar queda de pressão, batimentos cardíacos reduzidos, perda de consciência e até coma.
O perigo é maior quando há superdosagem ou consumo combinado com outras substâncias depressoras, como o álcool, o que potencializa os efeitos e pode levar a complicações graves.



