Advogado do Oeste é um dos líderes de esquema que enganou idosos no Brasil
Segundo o Ministério Público, seis profissionais do Direito foram detidos

Um advogado de Chapecó, no Oeste de Santa Catarina, é apontado como um dos principais líderes de um esquema criminoso que lesou cerca de 215 vítimas em todo o Brasil, e se apropriou de pelo menos R$ 5 milhões. A informação foi confirmada pelo Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate às Organizações Criminosas), responsável pela operação.
A identidade do profissional ainda não foi revelada, mas ele figura entre os 13 presos na ação "Entre Lobos", deflagrada na manhã desta terça-feira (22) em cinco estados.
O objetivo da ação é desarticular uma organização criminosa que aplicava golpes em aposentados e pessoas vulneráveis. O esquema teve início quando algumas vítimas procuraram a Promotoria de Justiça de Modelo, no Oeste catarinense, relatando grandes prejuízos. A partir disso, o Gaeco descobriu dois escritórios de advocacia com nomes de fachada, e um bloqueio de mais de R$ 30 milhões pela Justiça.
Prisões na ação
O coordenador do Gaeco em São Miguel do Oeste, Edisson de Melo Menezes, informou que foram cumpridos 13 mandados de prisão, sendo eles:
Dois em Chapecó, e o mesmo número em Salvador, na Bahia;
Uma detenção em: Xanxerê, Xaxim, Pinhalzinho, Itapiranga, Planalto, RS; Irineópolis,
Três em Fortaleza, no Ceará.
Dentre os presos, seis são da área do Direito. O Gaeco detalhou que um dos líderes foi capturado em Chapecó, enquanto, em Salvador, um casal foi preso. Além dela outras duas foram capturadas. Em Fortaleza, o suposto mentor da organização, responsável pela gestão e atuação digital do grupo, terminou detido.
O golpe: como a fraude funcionava
De acordo com o coordenador estadual do Gaeco, Wilson Paulo Mendonça Neto, o golpe começou a ser investigado no final de 2022, quando os criminosos abordavam suas vítimas em suas casas, oferecendo serviços de revisão de contratos bancários. Após a assinatura de documentos, as vítimas eram procuradas apenas quando o processo judicial já estava em fase final. Em muitos casos, a sentença já havia sido proferida e o valor a ser recebido estava garantido, mas os golpistas voltavam a procurar as vítimas, oferecendo valores baixos em troca de seus créditos, que muitas vezes ultrapassavam os R$ 100 mil.
Os criminosos exploravam a vulnerabilidade e o desconhecimento das vítimas, oferecendo entre R$ 1,5 mil e R$ 3 mil para que elas cedessem os direitos sobre seus créditos judiciais.
Objetivo da operação
Além de desarticular a organização criminosa, o Gaeco busca responsabilizar os envolvidos e devolver os valores devidos às vítimas prejudicadas pelo esquema.
OAB de Pinhalzinho nega vínculo com advogado citado em operação
Após a investigação “Entre Lobos”, a OAB de Pinhalzinho emitiu nota oficial para desmentir uma informação divulgada por um veículo de imprensa.
A entidade esclareceu que o advogado alvo na ação do GAECO, que mira um esquema de estelionato, não possui qualquer vínculo com a subseção.