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Solteiro... católico: saiba o perfil dos presos nas cadeias catarinenses

Ao todo, cerca de 28,8 mil pessoas estão detidas no estado

Henrique Paulo
Por Henrique Paulo
31/07/2025, 19:04
Atualizado há cerca de 23 horas
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Levantamento mostra características dos detidos (Foto: Divulgação / Eduardo Valente)Levantamento mostra características dos detidos (Foto: Divulgação / Eduardo Valente)

Um levantamento da Secretaria de Justiça e Reintegração Social traçou o perfil dos detentos em Santa Catarina e revelou um retrato claro: a maioria das pessoas privadas de liberdade no estado é formada por homens brancos, solteiros, católicos, com menos de 30 anos e baixa escolaridade. Atualmente, o sistema prisional catarinense abriga 28.858 presos.

Os dados mostram que o encarceramento em Santa Catarina tem um recorte bastante definido. A presença masculina é quase absoluta nas prisões: 94,5% são homens e apenas 5,5% são mulheres. No recorte racial, 58,9% dos reclusos se declaram brancos, 30,6% pardos, 8,4% pretos, 1,5% amarelos e 0,6% indígenas. Em relação ao estado civil, 57,6% são solteiros, 24% vivem em união estável e 12,1% são casados.

A religião também aparece como um dado relevante: 46,2% afirmam ser da igreja Católica, 23% se identificam como evangélicos e 19,1% não declararam nenhuma religião. Embora muitas vezes negligenciado, o fator religioso pode ter impacto na reintegração e no comportamento dos presos durante o cumprimento da pena, conforme indicam estudos na área da criminologia.

Entre os crimes mais comuns que levaram às condenações estão o tráfico de drogas, roubo, furto, homicídio e estupro. Somados, esses delitos representam mais de 14 mil casos — quase metade de toda a população carcerária catarinense. O tráfico de drogas, especificamente, tem papel central no sistema prisional, não apenas pelo número de condenações, mas também pelas disputas que alimenta dentro e fora das unidades.

Diante do cenário, autoridades e especialistas destacam a importância de políticas públicas que atuem na prevenção do crime e na ressocialização. Como o trabalho. Neste quesito o estado tem um dos maiores índices do país de encarcerados envolvidos em atividades laborais e educacionais. Em 2024, mais de 9 mil participaram de rotinas de trabalho, e muitos também frequentaram cursos de alfabetização, ensino médio e técnico.

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