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Santa Catarina enfrenta déficit de armazenagem de grãos em meio a safra recorde

Produção agrícola cresceu 19% em cinco anos, mas capacidade de estocagem avançou apenas 5%

Gilmar Bortese
Por Gilmar Bortese
20/06/2025, 15:46
Atualizado há cerca de 16 horas
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Silos de armazenagem da Cooper Itaipu  (Foto: Divulgação)Silos de armazenagem da Cooper Itaipu (Foto: Divulgação)
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A produção de grãos em Santa Catarina cresceu de forma expressiva nos últimos anos, mas a infraestrutura de armazenagem não acompanhou esse avanço. Dados da Epagri/Cepa apontam que, entre 2020 e 2025, a produção total de grãos — incluindo arroz, feijão, milho, soja, trigo, aveia e cevada — saltou de 6,2 para 7,38 milhões de toneladas, um aumento de 19%. No mesmo período, porém, a capacidade estática de armazenagem cresceu apenas 5,1%.

O descompasso entre produção e armazenagem gerou um déficit superior a 800 mil toneladas em 2025, justamente no ano em que o estado colheu uma safra recorde. A situação é especialmente crítica no caso do milho, grão essencial para a indústria de proteína animal. Estimativas indicam que o déficit de armazenagem de milho ultrapassa 5,5 milhões de toneladas, considerando a demanda das indústrias de carnes e rações.

Cooperativas e lideranças do setor já discutem alternativas para reverter esse cenário e garantir que a produção agrícola catarinense continue crescendo de forma sustentável.

O presidente da Cooper Itaipu e da Fecoagro, Arno Pandolfo, explica que o alto custo, as atuais taxas de juros dificultam novos investimentos em infraestrutura por parte de cooperativas e agricultores.

“Tivemos produtores que bateram record, alguns de nossos produtores colheram mais de 250 sacas por hectare. A nossa preocupação maior que temos é a armazenagem. A Cooper Itaipu tem espaço para 2,1 milhões de sacas, com uma melhora na infraestrutura, vamos chegar com uma capacidade de 2,5 milhões de sacas. Precisávamos ter um espaço para armazenar cerca de 3,3 milhões de sacas. Os silos são para ajudar o produtor, no entanto, precisamos investir mais para ter esses espaços disponíveis, no entanto, a questão de juros que vem subindo dificulta novos investimentos", explica.

Cooperativas e lideranças do setor já discutem alternativas para reverter esse cenário e garantir que a produção agrícola catarinense continue crescendo de forma sustentável.

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