
A mobilização de Santa Catarina para enfrentar a crise do leite ganhou novos capítulos nesta quarta-feira (3), quando parlamentares, prefeitos e lideranças do setor estiveram no Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) para cobrar respostas do governo federal. A reunião faz parte das ações iniciadas após a audiência pública realizada na Alesc, em novembro, que resultou na criação de um Grupo de Trabalho voltado à busca de soluções para o setor.
Durante a agenda em Brasília, o deputado Altair Silva (PP) levou uma série de reivindicações consideradas essenciais para aliviar a situação dos produtores catarinenses e brasileiros. Entre os pedidos, destacou a necessidade de renegociação das dívidas rurais, com condições compatíveis com o cenário atual, e a revisão das importações de leite em pó provenientes do Mercosul, apontadas por ele como fator que tem agravado a perda de competitividade dos agricultores nacionais. O parlamentar também sugeriu que o governo federal amplie a compra de leite produzido no país para abastecer programas sociais, como escolas e comunidades vulneráveis, medida que ajudaria a estabilizar o mercado interno.
A comitiva catarinense contou com a presença do senador Esperidião Amin, dos deputados federais Valdir Cobalchini, Geovania de Sá, Pezenti e Luiz Fernando Vampiro, além do secretário de Estado da Agricultura, Carlos Chiodini. Prefeitos de municípios diretamente afetados, como Serginho Besen, de Ibicaré, e Chico Folle, de Xaxim, também participaram do encontro, assim como o presidente do Sindileite, Selvino Giesel. O governo federal foi representado pelo secretário de Política Agrícola do Mapa, Guilherme Campos Júnior, que afirmou que todas as propostas apresentadas serão analisadas tecnicamente.
Altair Silva reforçou que o momento exige rapidez nas decisões.
“O produtor precisa de condições reais para continuar produzindo. A crise é profunda, atinge milhares de famílias e não permite mais espera. Continuaremos cobrando ações efetivas do governo federal”, afirmou.
O Grupo de Trabalho criado em Santa Catarina seguirá acompanhando as negociações e articulando novas iniciativas para conter os impactos que vêm comprometendo toda a cadeia produtiva do leite no estado.


