
Na oficina do seu Cerilo Knorst, ninguém se atrasa. Os muitos tique-taques nas paredes lembram a toda hora que o tempo está passando. Há mais de seis décadas, ele trabalha consertando relógios à mão em Pinhalzinho.
O interesse pelo ofício começou ainda durante o período em que serviu ao Exército. Na época, Cerilo fez um curso por correspondência, trocando cartas com a instituição que oferecia a formação. Além de relojoeiro, também trabalhou como fotógrafo na cidade.
Ao longo de sua trajetória, já consertou inúmeros exemplares — de parede, de bolso e de pulso. Um dos mais curiosos chegou recentemente: um modelo fabricado por volta de 1800, trazido por um cliente.
Dentro dele, havia um bilhete manuscrito com os nomes das cidades por onde já passou para ser arrumado, como: Chicago nos Estados Unidos, além de Gênova e Milão na Itália e que agora chegou até ao catarinense.

Segundo Cerilo, apesar da era digital e do avanço da tecnologia, os modelos mecânicos ainda despertam interesse. Muitos jovens têm procurado seu ateliê para restaurar peças antigas, seja por valor afetivo ou pela beleza dos mecanismos manuais.
“É um trabalho que exige paciência e precisão, mas que me dá muita satisfação”, conta o relojoeiro. Aos poucos, Cerilo também busca transmitir seus conhecimentos para as novas gerações, com a esperança de que a tradição não se perca com o tempo.