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Aumento dos preços pressiona expectativas de inflação

Banco Central prevê descumprimento da meta

Felipe Eduardo
Por Felipe Eduardo
04/02/2025, 13:56
Atualizado há 6 dias
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Banco Central prevê descumprimento da meta (Foto: Divulgação)Banco Central prevê descumprimento da meta (Foto: Divulgação)

O Banco Central alertou nesta terça-feira (4) sobre o aumento substancial das expectativas de inflação nos últimos meses, tanto a curto quanto a médio e longo prazos. Esse crescimento nas expectativas reflete, entre outros fatores, o impacto dos altos preços dos alimentos, especialmente devido à estiagem e ao ciclo do boi, que elevaram os custos das carnes.

Esses aumentos, segundo a instituição, devem se propagar para o médio prazo, impulsionados pelos mecanismos inerciais da economia brasileira. Além disso, o Banco Central informou que, com a manutenção da inflação no atual ritmo, a meta de inflação será descumprida nos próximos meses.

Caso as projeções do cenário de referência se confirmem, a inflação acumulada nos próximos doze meses permanecerá acima do limite superior do intervalo de tolerância da meta, situação que persistirá pelos próximos seis meses. Como resultado, a meta não será atingida até junho de 2025, marcando o primeiro descumprimento da meta sob o novo regime de metas contínuas.

Com o novo regime em vigor a partir de 2025, a meta de inflação foi ajustada para 3%, com um intervalo de tolerância entre 1,5% e 4,5%. Se a inflação se mantiver fora dessa faixa por seis meses consecutivos, o Banco Central deverá explicar publicamente as razões do descumprimento e apresentar um plano de ação para corrigir o quadro, incluindo medidas e prazos.

A recente valorização do dólar também contribui para o aumento nos preços, especialmente no setor industrial, e pode manter a pressão inflacionária nos próximos meses. Esse cenário resultou na quarta elevação consecutiva da taxa básica de juros (Selic), que agora está em 13,25% ao ano. Analistas preveem que o juros continuará a subir, podendo ultrapassar 15% ao ano em meados de 2025, o maior nível em quase duas décadas.

Essa decisão foi tomada durante a primeira reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) sob a presidência de Gabriel Galípolo, indicado por Luiz Inácio Lula da Silva, e marcada pela presença majoritária dos diretores indicados pelo presidente.

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