
A nova divulgação do IBGE, realizada em parceria com a Secretaria de Estado do Planejamento (Seplan), traz um retrato atualizado do desempenho econômico de Santa Catarina em 2023 — quase dois anos após o período analisado. Os números mostram que o estado cresceu, mas em ritmo mais moderado que o restante do país.
O Produto Interno Bruto catarinense registrou alta ligeiramente superior à de 2022, quando avançou 1,8%. Ainda assim, o resultado ficou abaixo do crescimento nacional de 3,2% e também das estimativas preliminares do Banco Central, que projetavam expansão de 2,7% para o estado no ano.
Segundo o economista Paulo Zoldan, da Seplan, a principal razão para o desempenho mais fraco foi o arrefecimento da indústria. Após o salto de 6,8% em 2021, ainda impulsionado pela pandemia, o setor passou por um período de acomodação, reduzindo sua contribuição ao avanço geral da economia.
Estrutura do PIB catarinense
Em 2023, o Valor Adicionado Bruto confirmou o peso tradicional dos três grandes setores na composição das riquezas do estado:
Agropecuária: 7,1%
Indústria: 28,7%
Serviços: 64,2%
Dentro da indústria, a transformação teve o maior impacto, respondendo por 22,8%. A construção civil participou com 4,2%; os serviços industriais de utilidade pública, com 1,5%; e a indústria extrativa, com 0,2%.
Nos serviços, o comércio manteve liderança, com 15,7% da atividade, seguido dos chamados “outros serviços”, com 15,6%. A administração pública gerou 12,8%, e as atividades imobiliárias, 10%.
Renda per capita permanece acima da média nacional
Apesar do crescimento mais modesto, Santa Catarina alcançou em 2023 um PIB per capita de R$ 67.459,70, valor 25,2% superior à média brasileira, que foi de R$ 53.886,70.
O dado reforça o ganho de produtividade do estado ao longo das últimas décadas: em 2002, a renda catarinense por habitante superava a nacional em 15,5% — diferença que agora é significativamente maior.
No ranking nacional, os maiores PIBs per capita do país continuam sendo os do Distrito Federal (R$ 129.790,40), seguido por São Paulo, Mato Grosso e Rio de Janeiro. O DF lidera devido à forte concentração de servidores públicos com altos salários.
Comparação entre estados
Entre as maiores economias do Brasil, o desempenho de 2023 variou bastante:
São Paulo: +1,4%
Rio de Janeiro: +5,7%
Minas Gerais: +3,4%
Paraná: +4,3%
Rio Grande do Sul: +1,3%
O cenário coloca Santa Catarina em posição intermediária — não entre os piores resultados, mas também distante dos maiores avanços do período.



