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Caminhoneira do Oeste roda o Brasil há 6 anos

Andréia Schikorski desistiu de cursar faculdade para seguir paixão

Henrique Paulo
Por Henrique Paulo
30/05/2025, 21:11
Atualizado há cerca de 3 horas
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Andreia dirige para cooperativa (Foto: Arquivo pessoal)Andreia dirige para cooperativa (Foto: Arquivo pessoal)

Com apenas 28 anos, a trajetória de Andréia Schikorski nas estradas brasileiras é marcada por superação, paixão e muita dedicação. Natural de Ibicaré, no interior de Santa Catarina, ela construiu uma carreira sólida ao longo dos últimos seis anos como motorista profissional de caminhões, rompendo barreiras e conquistando seu espaço em um universo majoritariamente masculino.

“Quando comecei, enfrentei muitas dificuldades. Hoje, com toda a experiência acumulada, me sinto pronta para dirigir qualquer tipo de caminhão,” afirmou Andréia, que hoje pilota uma carreta quarto-eixo da Cooperativa Copercampos, sediada em Campos Novos.

De família para as estradas: a paixão pelo volante vem de berço

Desde a infância, Andréia acompanhava, mesmo que de longe, o trabalho do pai na condução de caminhões. Esse convívio despertou nela o desejo de trilhar o mesmo caminho, vivendo a rotina desafiadora das rodovias e contribuindo para o desenvolvimento do país através do transporte de cargas.

Sua carreira começou ao volante de um caminhão truck, evoluindo para carreta convencional, bitrem e, atualmente, graneleiro – veículo considerado técnico e exigente. “Sou apaixonada pelo que faço. A cada empresa por onde passei, aprendi algo novo que me tornou uma profissional mais completa,” contou.

Da advocacia para as estradas: uma virada de rota

Antes de assumir o volante, Andréia estudava Direito, tendo cursado até a 9ª fase. Mas a paixão pelo transporte falou mais alto e ela optou por mudar radicalmente seu rumo profissional. “No início, foi difícil conseguir a primeira oportunidade. Tive que persistir muito, mas nunca perdi a fé. Hoje, vivo uma experiência única, conhecendo lugares e vivendo histórias que só a estrada proporciona,” relatou.

Com as estradas, vieram também a responsabilidade e a cautela, valores essenciais para garantir segurança na jornada. Para Andréia, a motivação para seguir firme vem da família — sua mãe Janete e os afilhados Kayron e Gabriel. “Eles são minha inspiração para cuidar da minha vida e evitar riscos desnecessários,” explicou.

Segundo dados da Confederação Nacional do Transporte (CNT), o Brasil conta com cerca de 2 milhões de caminhoneiros, sendo que as mulheres representam aproximadamente 10%, ou cerca de 200 mil motoristas. Quando o foco é a condução de carretas, o número de mulheres habilitadas cai para cerca de 14 mil — grupo no qual Andréia se destaca.

“Dirigir um caminhão graneleiro, que muitos consideram difícil para mulheres, não é um desafio para mim. Dominar essa máquina que transporta alimentos para o Brasil e o mundo é motivo de orgulho,” afirmou com entusiasmo.

Presença digital

Além das estradas, Andréia também ganhou espaço nas redes sociais, compartilhando sua rotina, desafios e histórias com o público. Seu perfil no TikTok reúne cerca de 124 mil seguidores e seus vídeos já somam mais de 1,6 milhão de curtidas, aproximando a realidade dos caminhoneiros ao grande público.

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